Amor proibido

Epilogo

Tito

3 anos depois

Emilly: Papai, papai, penteia meu cabelo!- Chega correndo do nada e eu apago o baseado rapidamente no cinzeiro. Não demora muito para a branquela aparecer na minha frente com o cabelo cacheado todo pro alto igual um espantalho.

Tito: Qual foi garota, já te falei pra não correr desse jeito, quando tu cair e machucar quero ver, tua mãe vai cortar meu pau fora.- Chamo sua atenção e ela abre um sorriso sapeca pra mim, eu já vi que vou pagar todos os meus pecados com essa pingo de gente.

Emilly: Mas eu nem tava correndo pai, você que tá surdo e ouvindo coisas, mamãe que disse.- Ala, tô te falando, essa garota é a mãe purinha, só me puxou na aparência mermo, porque na personalidade? É a mãe purinha. Sonsa e suja!

Tito: Surdo tu vai ver quando eu te meter a porrada, garota!- Levanto da cadeira e agarro ela, pegando a garota no colo e jogando pro alto, que gargalha me fazendo abrir um sorriso. Eu sou capaz de matar só pra ouvir o som da risada da minha filha, papo reto, mato e morro por essa garota. É minha xerox todinha e eu sou apaixonado na minha mini diabinha.- Bora logo pentear essa juba minha leãozinha, antes que sua mãe chegue e me mate por você não estar arrumada ainda pro churrasco na casa da tua dinda.

Nunca em um milhão de anos eu já me imaginei vivendo tudo que estou vivendo agora. Nunca na minha vida eu já tinha se quer cogitado que vivenciaria todas as coisas que estou vivenciando agora.

Quem diria que eu, Tito caçador de perereca estaria laçado um dia e casado com a mulher da minha vida? Quem diria que eu formaria minha família e teria tido a filha mais linda e perfeita do mundo? Papo reto mermo, nunca tinha me imaginando vivendo isso.

As vezes eu paro e fico olhando pra tudo que vivi no passado antes da minha diabinha chegar na minha vida e virar meu mundo pro alto, de como existia uma vida antes dela. Minha vida antes delas era tilt comparada ao que vivo hoje com minha mulher e minha mini diabinha. Eu só sabia ir pra baile, fuder mulher por aí e usar droga, qual era graça? Nenhuma po, bagulho bobo e sem futuro nenhum.

Hoje em dia eu olho pra trás e não sinto falta nenhuma daquela vida, claro que tinha seu lado bom como qualquer coisa, mas não é um bagulho que eu desejo como antes. Hoje em dia eu tô na minha melhor fase, tenho minha gata do meu lado e uma filha terrível também.

Tenho também meu irmão, que mesmo depois do ocorrido anos atrás me perdoou e hoje em dia a gente sai todos as terças feiras pra beber no bar e só volta de madrugada. Tenho uma irmã que ganhei pra toda vida e que me dá conselhos pra caralho, mas que também vive puxando minha orelha quando eu brigo com a filha. Tenho uma mãe que me apoio em tudo e sempre quando eu preciso tá lá por mim. Ganhei um padrasto também né, que depois de dois anos aprendi a gostar, e hoje em dia a gente se reúne todo domingo na laje pra fazer aquele churrascão com a música no talo.

São esses momentos que me fazem nunca me arrepender de ter seguido o rumo que eu segui. Hoje eu tenho uma mulher lindo que sou apaixonado que me ama e está sempre ao meu lado. Uma filha forte e saudável que eu faço de tudo, até pentear o cabelo e brincar de casinha só pra ver ela feliz. Uma favela que graças a Deus está calma no momento, mas que as vezes tem umas invasões aqui e ali, mas nada do que eu já não esteja acostumado.

Emilly: Aí papai, tá puxando!- Reclama quando eu passo o pente no cabelo dela, garota é toda chata e fresca, puxou a mãe.

Tito: Tá nada, larga de kao, Nayuri.- Reparto o cabelo dela no meio e amarro um lado, depois eu pego e amarro o outro, fazendo uma Maria Chiquinha. É a única coisa que sei fazer também além daquela parada chamada coque, e mesmo assim ainda não sou profissional.- Vê se ficou bom.