to kiss in cars and downtown bars
was all we needed
you drew stars around my scars
— cardigan, folklore, Taylor Swift
Não era como se ele se importasse com muitas coisas àquela altura. Além do frio, é claro, era impossível não se importar com o frio da noite que tendia a piorar com o cair da madrugada.
Mas Harry não se importava. Ah, não se importava. E talvez — a quem ele queria enganar? — o homem envolto em um de seus casacos mais grossos, pequeno e fofucho, que perigosamente o distraiu da estrada no caminho inteiro até ali, parado perto demais de seu peito, com olhos azuis vibrantes, era o motivo.
Harry não conseguia se conter. Queria contar ao mundo inteiro que estava saindo com Louis de novo, depois de muito mais de oito anos, como se fosse a primeira vez, de novo, e ah! ele gritaria para o mundo se tivesse palavras para expressar o quanto estava feliz.
Mas, ao invés de tentar descrever o que sentia, preferia sentir.
Ele olhou-o novamente, sem se importar se estava sendo óbvio demais, uma inclinação irredutível no canto da boca. Louis olhava a rua, parcialmente vazia, com pessoas bêbadas ou apressadas ou animadas passando vez ou outra, os cabelos lisos perfeitos como sempre, os braços cobertos pelo casaco preto e acolchoado, as mãos juntas na frente do corpo ou dentro do bolso do casaco.
Há algumas horas atrás, os dois estavam no mesmo carro, nas mesmas posições, e Harry fazia força para não chorar, fazia força para não pensar, sendo sufocado pelo silêncio ensurdecedor. E agora... Agora Harry olhava novamente para Louis.
E ele acreditou. Acreditou em cada palavra de Louis, mesmo que acreditar lhe doesse o peito, mesmo que fosse difícil. Confiava em Louis.
— Achei que não teria ninguém na rua a essa hora. — Louis comentou, fumaça se condensando na frente de seu rosto, colocando as mãos no bolso novamente, o cotovelo esbarrando em Harry delicadamente.
— É... as pessoas têm várias concepções de como o Natal deve ser passado. — Harry falou, colocando as mãos em seus bolsos também, pois era uma forma de esbarrar em Louis sem querer.
Eles estavam parados embaixo da marquise de uma biblioteca de tijolos vermelhos e arandelas amarelas, esperando que a neve que caía cessasse pelo menos um pouco. Havia uma enorme árvore de Natal no centro do pátio, onde um relógio igualmente enorme despontava feito uma estrela de Natal, onde Harry olhava quando não estava olhando para Louis de forma furtiva
Eram onze horas e cinquenta e dois minutos agora — não que ele estivesse contando.
— Mas o Natal é só dia 25. — Louis disse, os lábios se inclinando levemente quando uma dupla de garotas sorridentes passou por eles, como se qualquer motivo fosse um bom motivo, como se o riso delas o contagiasse.
— Ah, mas já é Natal para muita gente. Não se lembra de quando chegávamos na casa de sua família ou da minha mãe dia 20 e o Natal começava ali mesmo? Muitas famílias já estão reunidas ao redor da árvore a essa altura... — falou, observando cada tracinho do rosto de Louis enquanto ele o escutava. — Falando nisso... Como estão suas irmãs? Faz tempo que não escuto sobre elas...
Louis desviou seus olhos da neve para Harry por um momento, piscou, pensou um pouco e disse, mordiscando o lábio inferior:
— Eu também não sei. — confessou. — Nós nos... Eu me afastei. Não falo com elas há alguns meses e não dei nenhuma resposta a repeito do Natal, então... É complicado. — falou, sem conseguir olhar nos olhos de Harry, sentindo-se envergonhado pelo o que era.
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Ever Since New York {l.s}
Fanfic[Shortfic] Aquela onde Louis está sem rumo, andando pelas ruas escuras de um país qualquer, e pede ao Papai Noel por uma salvação. Ou. Aquela onde Harry luta todos os dias contra os fantasmas de uma vida passada, e acaba sendo a salvação de seu ant...