Eu havia decidido seguir minha vida. Por mais que eu amasse o Antônio, o amor que a gente sentia um pelo outro era diferente. Eu o via como meu melhor amigo, mas eu também o olhava como um homem, e no fundo eu nutri por todo esse tempo a esperança que um dia ele me olharia assim também.
Perceber que não era bem assim, me doeu como uma adaga sendo enfiada no meio do meu peito. Eu sempre fui a mulher que não era escolhida, a mulher que era bonita apenas de rosto, a mulher desengonçada que servia apenas para ser amiga, a mulher que era a vítima das piadas. Esse sentimento sempre esteve muito presente em mim.
Me aceitar e aceitar meu corpo era uma luta diária, aceitar meus trejeitos e meus tiques que sempre afloraram com a ansiedade era uma coisa que doía no fundo da minha alma. E por mais que eu tentasse me amar, eu tinha a sensação que nunca seria o suficiente pra alguém.
Passei um mês viajando e nem mesmo isso aliviou minha angústia, eu não estava a fim de voltar pra casa. No penúltimo dia de viagem, eu estava conversando com a Dona Wilma e ela me convidou para passar uns dias com ela, disse que eu era super bem vinda. Eu resolvi ir. Não queria voltar para o Rio agora.
Cheguei em João Pessoa sem passagem de volta, eu amava a vibe da Dona Wilma e da Carol. Eu respondia o Antônio esporadicamente, a maioria das mensagens eu ignorava, para o meu bem e para não ser grossa com ele querendo mandar na minha vida.
Era questão de tempo ele saber que eu estava aqui, a mãe deve postava tudo, eu sabia que não demoraria a chegar uma mensagem ou uma ligação dele. Mas a mãe dele fez pior e me pegou desprevenida em uma chamada de vídeo, já enfiando o celular na minha frente enquanto eu tomava uma taça de vinho com a Carol.
- Oi. - falei.
- Pera aí, você está na casa da minha mãe e não me avisou. Por que? - ele estava chateado.
- Resolvi em cima da hora, convite inesperado. - falei.
Ele me ignorou, continuou falando com a mãe e dele e fingiu que eu não estava aqui. Eu me importava? Sim. Mas não iria admitir jamais. Depois desse dia ele não me mandou mais nenhuma mensagem. Passei dezoito dias aqui, mas precisava voltar pro Rio para cumprir minha agenda que já estava toda remarcada por conta desses cinquenta dias fora.
Cheguei no Rio muito magra, eu estava pesando 48 kgs e minhas roupas estavam todas folgadas. Já cheguei na correria para cumprir agenda, e depois de quase uma semana aqui ele apareceu no meu apartamento enquanto eu arrumava meu guarda-roupas.
- Ao que parece se eu não me rastejar aos seus pés nós não nos falaremos nunca mais. - ele falou enquanto sentava na minha cama.
- Se você veio até aqui para brigar, você pode dar meia volta e ir embora. - falei, eu estava cansada e de tpm hoje, não era um bom dia.
- O que você está fazendo com essas roup... CARALHO, você emagreceu quantos quilos?, tem quantos dias que você não faz uma refeição completa Amanda?- ok, ele estava bravo.
- Apenas a rotina longe de casa, logo logo eu recupero. Estou fazendo uma limpa no guarda-roupas, tenho muita coisa em caixa ainda e o guarda-roupas do outro quarto também está cheio. - falei, eu não queria ficar olhando pra ele, então continuei de costas.
- Eu queria muito saber o que eu te fiz e por que você está chateada comigo. Por que você passou os últimos dois meses inteiros me ignorando. - ele falou chateado.
- Eu não estou te ignorando, eu quero apenas seguir a minha vida, por que quando você começar a namorar eu vou ser chutada como sempre e quem vai perder sou eu. - falei.
- Eu nunca vou chutar você Amanda, e se eu namorar alguém que não goste de você quem sai perdendo é ela, por que ela com certeza vai perder o namorado. - ele falou.
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DocShoe - I Follow
FanfictionAmanda Meirelles se consagrou vencedora do maior reality show do país. Embora estivesse feliz por conseguir realizar tantos sonhos e planos, uma avalanche cai sobre ela a fazendo passar por momentos terríveis. Antônio só queria protegê-la, e faria...