Capítulo 11

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Kim

Eram 3 da manhã quando o telefone de Kim tocou pela primeira vez. Ele ignorou. Na segunda vez que tocou, ele olhou para ele, preocupado, mas não o suficiente para se levantar e atender. Na terceira vez que isso aconteceu, ele suspirou, largando o violão e o bloco de notas. Se alguém estava ligando para ele várias vezes às 3 da manhã, deve precisar de algo. Ele estava acordado de qualquer maneira, poderia atender mesmo que fosse apenas para gritar com a pessoa que estava ligando. Kim caminhou até a cama onde havia jogado o telefone, descuidadamente, ao chegar em casa, para recuperá-lo.

"Olá?"

A única coisa que ouviu do outro lado foi um soluço de dor.

"Olá, quem é?" Kim perguntou novamente, a voz levemente preocupada, principalmente irritada.

Mais alguns soluços e uma tentativa fracassada de falar depois, Kim finalmente ouviu uma palavra sensata.

"Phi...P'Ki...P'Kim?"

A voz soou trêmula e foi acompanhada de pequenos soluços e Kim soube na hora quem era.

"Chay! Chay, o que há de errado?"

"Ieee....eu não posso. Não posso ta-aiiii...anymo-"

As palavras foram abruptamente cortadas por um grito alto, quase nasal, então a linha caiu. Kim afastou o telefone da orelha e olhou para ele alarmado.

Ele não pode? O que ele quer dizer com não pode?! Onde ele estava? Ele estava em perigo? Ele estava ferido? Por que ele cortou a ligação? Não é seguro para ele falar? E o mais importante, QUE PORRA ESTAVA ACONTECENDO?!

Essas foram apenas algumas das perguntas que Kim não teve a chance de fazer. Sua mente estava correndo a mil por hora, surgindo com novas, novas situações perigosas, aterrorizantes e incrivelmente ameaçadoras à vida em que Chay poderia estar. Seu polegar pairou sobre o sinal de retorno de chamada. Havia, é claro, muitas razões lógicas pelas quais ele não deveria ligar de volta, como se talvez Chay estivesse se escondendo dos perpetradores. Nesse caso, ele ligar de volta pode revelar a posição do menino e colocá-lo em ainda mais perigo. Mas, infelizmente, nenhum raciocínio foi suficiente para impedir a necessidade irracional de Kim de se certificar de que Chay estava bem. Ele apertou o botão e esperou apavorado enquanto o telefone tocava.

"Chay?" Kim sussurrou quando alguém atendeu.

"Ki... Kim?" Chay resmungou do outro lado.

"Onde você está?" Kim perguntou baixinho, como se manter a voz baixa de alguma forma impedisse as pessoas de encontrarem Chay do outro lado.

"No meu... meu baa... ahh... chão do banheiro."

"Você está em perigo?"

"Eu não uhh... o quê?"

"VOCÊ está em PERIGO? Alguém está te atacando? Você está ferido?" Kim gritou em voz baixa, incapaz de manter sua ansiedade sob controle.

"Aauuu... acho que não."

"Então por que você..." Kim bufou de alívio e frustração segurando seu cabelo com a outra mão. "Por que você cortou a ligação assim ? E por que você soa como se estivesse com dor?"

"Porque eu sou!" Chay chorou.

Kim ouviu em um silêncio cheio de culpa enquanto Chay começava a ter um colapso total. Os soluços e lamentos altos só pararam para dar lugar a alguns suspiros convulsivos e respiração difícil antes de recomeçar. Kim apertou a mandíbula e seus dedos se contraíram, ele precisava segurar o menino e sussurrar palavras calmantes em seus ouvidos. Por um segundo, ele pensou em dirigir até o complexo principal agora, mas então percebeu que estava pensando no que precisava, não no que Chay precisava. Ele tinha que acalmar esse garoto primeiro e descobrir o que havia de errado antes de fazer qualquer coisa imprudente.

I Don't Think It's Weird - TraduçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora