Chapter thirty-nine - Tempestade

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Jungkook teve o que era conhecido como dia de cão. Tinha perdido um caso, perdido a entrevista com um dos advogados que seria contratado e para piorar, seu carro tinha parado a duas quadras de seu prédio enquanto a chuva forte caía sobre Seattle. Era provável que continuasse até o dia seguinte, não podia simplesmente esperar ali, estava cansado, só queria chegar em casa, tomar um banho quente e então ligar para Jimin e ouvir a voz doce a noite toda. Ah, se sentia eufórico só em pensar nele.

Saiu do carro derrubando o celular antes em seu colo no chão. Praguejou baixinho pegando o aparelho agora ensopado, tinha esquecido que ele estava apoiado em suas pernas. Ignorou a maré de azar e trancou o carro usando o paletó para se proteger dos pingos grossos. Caminhava a passos largos temendo pegar uma gripe. Sua sorte no dia era tanta que não passava um táxi sequer, também, ninguém seria louco para sair em uma noite como essa.

Depois de longos minutos caminhando — quase correndo — finalmente chegou ao edifício. Adentrou o lugar deixando uma poça de água por onde passava, cumprimentou o porteiro e pegou o elevador. Estava tremendo pelas roupas molhadas coladas no corpo. Quando as portas do elevador se abriram revelando seu andar, a primeira coisa — ou melhor, alguém — em que seus olhos bateram foi na pequena brincando com Kwan em frente a porta de seu apartamento. Ainda sem entender o que estava acontecendo, se aproximou dos dois sorrindo para a filha assim que foi notado.

— Filha, oi — deixou um beijo na testa dela tentando não se aproximar muito para não molhá-la.

— Olha papai, minha boneca nova — ergueu o brinquedo para Jeon.

— Ela é linda, meu bem, exatamente como você — elogiou. Kwan pigarreou a fim de chamar a atenção do outro, era claramente ignorado — Oi, Kwan, o que vocês fazem aqui? — foi curto e grosso.

— Precisava conversar com você e achei que seria uma boa ideia trazer Myung para te ver, ela estava com saudades.

— Saiu como a minha filha nessa chuva? — abriu a porta do apartamento dando espaço para que entrassem. Queria mandá-lo a puta que pariu, mas não faria isso na frente de Myung.

— Estávamos perto, quando começou a chover nós só entramos no prédio, levei ela a uma sorveteria próximo daqui.

— Eu vou tomar banho e então conversamos — fechou a porta acariciando os cabelos da filha — leve Myung para o meu quarto — apontou — há alguns brinquedos que comprei para ela. Não vou demorar!

— Presente — a pequena comemorou e saiu correndo na frente do pai.

...

Após tomar banho — no quarto de hóspedes — Jeon finalmente estava devidamente vestido. Suspirou encarando o celular estragado, tudo que queria era falar com Jimin para que o loiro o acalmasse antes da conversa com o indesejado do seu ex namorado, queria tanto que Kwan no seu quarto fosse apenas uma alucinação de sua mente cansada — Mas não era. Saiu do quarto e seguiu para o próprio encontrando Kwan brincando com Myung sentado no chão, pelo menos ele prestava para ser pai.

— Então? — chamou a atenção do outro, porém a filha continuou distraída.

— Finalmente — se levantou o encarando — quero falar sobre Myung — cruzou os braços, a postura se tornando rígida — Exatamente como Jeon se lembrava durante as discussões — a expressão fechada.

— O que tem?

— Eu recebi uma intimação hoje cedo.

— E daí? — arqueou a sobrancelha sem entender.

— Eu não vou entregar minha filha a você, Jeon Jungkook — esbravejou com raiva — nenhum juiz ou justiça vai me obrigar a isso.

— Ninguém está te pedindo isso, Kwan, está ficando maluco?

Jikook •• Say YesOnde histórias criam vida. Descubra agora