Crazy In Love

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Já era tarde quando voltaram, a luz da madrugada brilhava, iluminando as ruas.

A mãe e o irmão de Marshall certamente estariam dormindo, mas ele não se sentia bem em levar Sarah para o mesmo ambiente em que a Debbie estaria. Não faria Nathan presenciar outra briga, porque estava a fim de algo mais simples.

Então, se sentaram em frente a uma casa em ruínas, uma das inúmeras que existiam em Detroit, das quais o governo não dava jeito.

Marshall enlaçou a cintura de Sarah, puxando seu corpo até que pudesse sentir as batidas descontroladas do coração dela.

As pernas dela estavam sobre as dele, ele a segurando pela cintura.

Apesar da incrível proximidade dos corpos, que agora era mais íntima, Marshall percebeu que Sarah o ignorava desde o momento do beijo. 

- Você está me ignorando.

Era uma constatação, não uma cobrança. Ele se sentia culpado, achando que ela o repeliu porque não gostava dele o suficiente para querer algo além de uma simples amizade, o que ele quis desde o momento em que colocou os olhos nela pela primeira vez, mas se recusava a admitir.

- Me desculpe pelo beijo. - Ela suspirou. - Não sei o que deu em mim para beija-lo daquele jeito.

As razões dela eram diferentes. Com um passado abusivo, Sarah tinha medo de se envolver seriamente com alguém de novo.

Sarah escondia o rosto no ombro dele.
Ele fez com que ela o olhasse, pegando em seu queixo. Marshall a olhou, como se ela tivesse dito a coisa mais ridícula de sua vida.

- Por que está se desculpando se ambos queríamos muito mais do que apenas um beijo?

Era verdade, ele estava sendo sincero.
Pela primeira vez na vida, depois de todo o desastre que foi seu relacionamento anterior, estava disposto a abrir seu coração para que alguém entrasse e ficasse pelo tempo que quisesse.

- Porque... - Ela parou, estava assustada. 

Ele não esperou que ela começasse a falar novamente. Ao invés disso, pegou em seu rosto, fazendo com que ela o olhasse de pertinho. Ele não a beijou, mesmo assim, ela fechou os olhos, esperando a textura dos lábios dele acariciar os dela.

- Se sente ameaçada quando fico muito perto?

Ela negou com um aceno de cabeça e estava sorrindo quando o olhou.

- Me sinto protegida. Você me faz sentir protegida.

- Você está arrepiada. - Ele pegou em seus braços. - Está com frio?

Ela assentiu, mesmo sabendo que o arrepio que percorria a extensão de sua pele, não era nem de longe resultado da baixa temperatura da cidade naquele dia.
Ela estava nervosa por estar tão próxima dele, ainda não estava acostumada com aquela proximidade toda.

Marshall tirou o próprio moletom azul e abriu os braços, para que Sarah o imitasse e ele conseguisse colocar o moletom nela. Sarah riu.

- Eu não sou seu irmão mais novo, Marshall.

- Eu sei. Eu não disse que você era o Nathan. Estou apenas cuidando de você como merece.

Sarah estava acostumada a receber os cuidados das pessoas, mas por receber os cuidados dele, estava envergonhada.
Muitos pensamentos invadiram a cabeça de Sarah naquele momento.
Como seria agora, que já tinham se beijado?
Ele a trataria apenas como uma amiga?
Mas, amigos não se beijam daquele jeito, não se olham daquele jeito que eles se olhavam ou se beijaram.

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