Need Me

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Christine.

Um fantasma.
A sua relação com Marshall nunca foi fácil.
Se separavam e voltavam muitas vezes, durante intervalos de tempo muito curtos.
Se conheciam desde crianças, cresceram juntos, não passaram muito tempo separados desde então.

Christine era uma menina impetuosa, que dizia tudo o que lhe vinha na cabeça, sem se importar com a situação. Uma menina de doces sonhos, os quais não incluíam o ex-namorado. Pelo menos até o momento em que ela apareceu em sua porta.

Marshall demorou para raciocinar, pois, tinha acabado de acordar. Não poderia ter aberto a porta em pior hora.

- Oi. - Ela disse. Seu tom soava como se nada tivesse cortado a relação dos dois. Mas ambos sabiam que aquilo era apenas uma fachada, atuação da mais barata, a pior que ela poderia oferecer.

Marshall piscou várias vezes, atônito, então arrumou a postura e tentou usar a voz mais grossa que poderia, assim como fez com a mãe. Uma voz que também demonstrava a fraqueza que ele sentia quando estava de frente para aquela mulher.

- Christine? - Disse. - O que faz aqui? Achei que tínhamos terminado. Mandei suas coisas já. Não tem mais nada seu aqui...

Ela o interrompeu, se aproximando. Parecia decidida.

- Vim te visitar. - Anunciou como se aquilo fosse um presente. - Posso entrar?

Ele encostou a mão na porta, escorando seu corpo, para impedir a passagem.

- Estou ocupado. Não posso conversar agora. - Ele disse.

Obviamente que aquilo não era verdade, mas ele não conseguiu pensar em uma mentira mais convincente para contar a ela.
Não estava preparado para aquele momento.

- Me deixe entrar, Marshall. - Ela se impôs.

- Por que? O que você quer? - Perguntou, erguendo uma sobrancelha. Aquilo não fazia sentido nenhum, ela não iria até ele se não precisasse de alguma coisa.

- Não vim pedir dinheiro nem nada. - Ela disse, revirando os olhos. Os cabelos castanhos cor de chocolate estavam mais curtos do que na última vez que eles se viram, apesar disso, seu rosto continuava redondo, suas bochechas cheias. Ela parecia igual. Até seu olhar dissimulado ainda estava em seu rosto.

- Se viesse por dinheiro, já teria pedido. Você não passaria necessidade, não quando pode extorquir tudo o que quiser de mim. - Foi a resposta que recebeu dele. A mágoa muito presente em sua voz, seus olhos endurecidos.

- Não sou uma puta, Marshall. - Ela respondeu, atravessado.

Ele se sentiu obrigado a soltar uma risada amarga. Daquelas que doem na garganta.

- Dormir com um produtor para se tornar famosa não é o que prostitutas fazem? - Respondeu. - Essa atitude não se compara a vender o próprio corpo?

- Me deixe entrar, Marshall. - Ela o olhou, os olhos marejados de fingimento puro. - Eu tenho que te explicar algumas coisas.

Ele bufou, sacudindo a cabeça de um lado para o outro. E em seguida, olhando para os próprios pés, cedeu passagem a ela, que entrou encolhida, sem saber onde colocar as mãos, estava visivelmente desconfortável.

Se sentou no sofá sem ao menos ser convidada a isso. Marshall jogou o corpo no braço do sofá.

- Você está sozinho? - Ela perguntou, olhando pela casa, procurando a mãe dele e Nathan.

- Minha mãe está em algum lugar desaparecida, como todos os dias e Nathan está na escola. - Respondeu seco.

- Melhor assim. - Ela respondeu ao esclarecimento de sua interrogação.

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