One Shot 2 Shot

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Quando Marshall acordou, após sentir o cheiro dos cabelos de Sarah perto de si, além do corpo dela tão próximo, tão aconchegante e macio, recobrou as forças para ter coragem de deixá-la e voltar para casa antes do trabalho.

- Amor. - Ele chamou baixinho no ouvido dela, que logo se espreguiçou como uma gata e sorriu, se virando para ele. Seus olhos se encontraram e ela aconchegou-se ao peito dele.

- O que foi, docinho? - Ela murmurou, rouca, passando a bochecha no peito dele.

Ele derreteu. Como se levantar e deixá-la naquela cama solitária? Reuniu todas as forças que tinha.

- Tenho que passar em casa e ir para o trabalho.

Ela fez um biquinho, olhando para o rosto dele.

- Queria que você ficasse mais...

- Eu sei, meu amor, mas não vou sumir, eu volto logo.

Ela assentiu, o cobrindo de beijos pelo pescoço. O golpe mais baixo do mundo.

- Pare com isso, amor, ou eu não vou conseguir levantar. Tenho que ver mamãe em casa.

Ela riu no peito dele e se desvencilhou de seus braços. Sabia que ele realmente tinha que ir e que desta vez era melhor que ela não fosse junto porque acreditava que Debbie não gostava muito de sua presença.

Assim, ele se vestiu e ela colocou um roupão e chinelos, o levando até a porta. Ele jogou um beijinho no ar para ela e partiu de skate.

🛹


Ao parar em frente à casa, percebeu que teria mais uma batalha para enfrentar e desta vez, a força física não o ajudaria. Precisaria treinar o psicológico, pois, o terror o esperava na porta. Sua mãe estava caída na varanda e pelo estado em que se encontrava, passou a noite ali.

O primeiro pensamento de Marshall foi direcionado ao irmão.

"Como estaria Nathan?"
"Teria acordado para ir ao colégio?"

Em seguida pensou em como levar a mãe para dentro.

- Mãe! - Ele gritou, correndo até a mãe e aparando a cabeça dela sobre suas pernas.

Teria que arrastá-la, porque não conseguiria erguer o peso do corpo da mãe sozinho, já que lá estava desmaiada.

- Como você veio parar aqui, mãe?

Sentiu o cheiro de álcool na roupa dela.

- Está explicado.

Ele levantou a mãe do modo que conseguiu e a arrastou para dentro de casa, a colocando no sofá. Foi até a cozinha, pegou um pouco de água, pegou uma toalha e um balde.

Nathan, percebendo a movimentação do irmão, apareceu, o abraçando. Ele sorriu.
O irmão o deixou feliz.

- Cara, você está com cheiro de perfume de mulher. - Nate disse, se afastando.

"Impossível."

Marshall quase se cheirou ali mesmo para conferir se estava mesmo com o perfume de Sarah impregnado no corpo. Ela era tão cheirosa que o perfume da pele dela era inesquecível.

- Estou mesmo com cheiro de mulher?

- Perfume adocicado... - Nate disse. - Quem é a felizarda?

- Ah, Nate... Não é qualquer mulher. É a minha mulher. - Marshall disse suspirando, colocando a toalha molhada sobre a cabeça da mãe, deitada no sofá.

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