Sarah era muito mais do que apenas uma garota mimada, muito mais do que apenas um rosto bonito com grandes olhos azuis e cabelos quase brancos de tão loiros.
Ela era o tipo de mulher que faria qualquer diabo começar a acreditar na existência de anjos. Uma mulher independente, que sabia muito bem o que queria da vida, sabia como manipular qualquer mente, por mais irredutível que fosse e conseguia qualquer coisa que quisesse.
A mãe de Sarah morrera quando Sarah era apenas uma criança, vítima de um assalto à mão armada. Tinha reagido ao ser abordada, quando se recusou a entregar a bolsa que levava consigo e foi atingida três vezes no peito. Sarah presenciara toda a cena e crescera com a lembrança de sua mãe caindo em meio a calçada, sua blusa ensopada de sangue, seu pai a levando para longe em seus braços.
Desde aquele dia, seu pai se culpava pelo ocorrido. Acreditava que se protegesse sua única filha do mundo, poderia mantê-la segura para sempre.
Sarah cresceu apreciando a solidão, pois, o pai trabalhava como um maluco, prezando por sua segurança, mas esquecendo de lhe dar a atenção que necessitava em casa.Sarah não tinha permissão para sair a noite, muito menos sozinha.
Se saísse, a garota tinha um horário a cumprir. Um toque de recolher a lembrava da prisão em que vivia, não eram necessárias grades ou algemas.
Aquele estilo de vida nunca combinou muito com sua alma livre, mas ela cooperava sempre que possível para que não ocorressem brigas com o pai. Isso seria insuportável.Desde a madrugada anterior, Sarah não trocou uma palavra com o pai. Nem mesmo para lhe dirigir um "bom dia". Esperava que aquela punição fosse suficiente para fazê-lo entender que não concordava com seu modo desumano de trabalho na delegacia.
Sarah era uma grande estudiosa de Literatura Francesa. Carregava consigo um senso de justiça impecável, fruto dos poucos ensinamentos que sua mãe um dia foi capaz de lhe passar, o legado de sua mãe.
Acreditava que todos deveriam ter seus direitos respeitados. Inclusive aqueles que inflingem as leis, por maiores que sejam seus delitos.
Como poderia ela, uma grande amante da alma humana, concordar com as atitudes bestiais de seu pai?Já era noite, ela havia dormido o dia todo, por isso, decidiu sair para passear.
Sarah se levantou, se espreguiçando na cama de casal enorme de seu quarto.
Um grande tapete felpudo cinza se encontrava no meio do quarto. Ela passou os pés sobre o tapete, sentindo cócegas e sorriu.Andou lentamente até o banheiro da suíte, abrindo a torneira de sua enorme banheira e mergulhou alguns sais de banho com cheiro de lavanda na água.
Enquanto esperava a banheira encher e via as bolhinhas se formando sobre a água, ela se olhou no grande espelho do banheiro. Estava horrível, mas certa de que o banho renovaria sua alma, o que realmente aconteceu, pois, quando saiu da banheira já era outra mulher.
Após o banho, colocou um roupão, passou um creme de morango em seus braços e pernas e foi até seu closet.
Colocou as mãos na cintura.
"O que posso vestir?"
Revirou seus inúmeros vestidos, mas nenhum combinava com seu estado de espírito naquela manhã.
Teria que comprar mais vestidos, e logo.
Escolheu, depois de vários minutos, um vestido florido preto, com grandes ombreiras, a cintura modelada, uma saia rodada.
Calçou suas sandálias pretas de salto fino.
Olhou seu reflexo no espelho.
Agora estava bonita.Na frente do espelho, penteou os longos cabelos loiros e os secou com o secador. Colocou uma fitinha na cabeça, pegou sua bolsinha branca e saiu de casa.
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Mr. Nice Guy
FanficMarshall Mathers era um jovem rebelde, que após uma noite de farra que deu errado, acaba sendo preso. Sarah é uma garota inteligente e corajosa, filha de um policial autoritário, que não concorda com as atitudes do pai, defendendo sempre a justiça...