Big Winnie

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Sarah sabia que aquele dia chegaria.

Sabia que ele voltaria em algum momento, apenas rezava para que ele demorasse mais do que demorou. Ela não estava preparada para o que aconteceria e nunca estaria, porque logo que acordou, Sarah sentiu que não estava segura naquela casa.

Andrew Clarke.
Alto, cheio de tatuagens, ombros largos, olhos vazios e um sorriso de cafajeste. Andrew Clarke era o tipo do cara que ninguém gosta de ter por perto e certamente é o tipo do cara que seria o mais odiado até pelo homem mais repulsivo de todos os tempos.

Somente uma pessoa poderia acabar com Andrew Clarke e essa pessoa era Marshall Mathers. O único capaz de conter um ego tão grande quanto o universo, mas Sarah estava sozinha naquele dia e não sabia como reagir quando abriu a porta e viu aquele ser desprezível em sua frente.

- O que foi, amor? - Ele disse, o sarcasmo envenenando suas palavras. - Não está feliz em me ver?

A cabeça de Sarah girava.

Andrew estava como há meses atrás, quando quase a machucou em público, antes que Marshall interrompesse aquela covardia.

Era impressionante como ele não mudava nada, continuava completamente vazio por dentro.

- O que faz aqui? - Foi o que ela conseguiu dizer.

- Ora, meu docinho, você sabia que este dia chegaria. Você sabia que eu viria me vingar pelo que o seu amiguinho fez comigo, por você ter escolhido ficar com esse marginal ao invés de mim! Eu, Sarah! Que te dei tanto!

- Andrew, você nunca me deu nada, você apenas contribuiu para aumentar meus traumas, é por isso que eu fugi de você, porque você só me machucou. Você não me deu nada, apenas hematomas e traumas que eu levarei para a minha vida inteira.

- Está enganada. Você sabe que não pode viver muito tempo sem mim e que mesmo que esteja com ele agora, ele não será suficiente para você, porque você é minha, sempre foi e sempre será.

- Pois fique você sabendo, Andrew, que ele me ama de um jeito que você nunca foi capaz de amar. - Ela disse, segura. - O que você sente não é amor, é posse. Agora estou te mostrando que não sou sua posse, Andrew.

Andrew se aproximou sorrindo, Sarah deu um passo para trás. Ele se aproximou mais, ela recuou dois passos. Andaram para dentro da casa, até que ela estivesse encurralada por ele, suas costas tocando a parede. As lembranças daqueles dias em que ela foi sua vítima vieram à tona na mente dela.

- Sarinha, não vamos começar a velha brincadeira de gato e rato. - Ele disse. - Não tenho tempo para isso. Apenas diga que sente saudades de mim, que me quer de volta e eu volto, te perdoo por tudo, faço isso por nós.

A proximidade dele, seu hálito e suas mãos, prestes a tocá-la, causavam calafrios horríveis em Sarah. Ela decidiu contra-atacar.

- Não existe mais um nós, Andrew. Se você veio aqui para escutar isso, espero que goste de se decepcionar, porque vai receber uma negativa. Estou muito melhor sem você. Me sinto livre e não preciso mais de você.

O sangue dele ferveu.

"Como ela poderia ser tão ingrata?"

Andrew agarrou os braços de Sarah e bateu as costas dela com força na parede, Sarah lhe deu um chute no abdômen e conseguiu se desvencilhar de seus enormes braços. Apesar de parecer segura, Sarah rezava para que Marshall chegasse o mais rápido possível.

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