C13 | Problema com autoridades

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Alguém venha pegá-la, ela está dançando como uma stripper
Alguém venha buscá-la, ela está totalmente chapada
Centenas de caras em cima de você, querida
Venha fazer aquela coisinha que você estava fazendo
Eles estavam viajando em você
Que diabos eles pensam que estavam fazendo?

Come get her |Rae Sremmurd

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Leif

Mesas altas e espaçosas. As luzes focam no local onde os saltos batem impacientes. A atenção de toda a boate concentra na figura curvilínea e Nylah inspira os olhares deles como um aperitivo delicioso.

Estávamos saindo quando Malcolm sorriu. Só a cara de playboy já seria o suficiente para me fazer sair daquela sala. No entanto, caso fosse embora, não poderia garantir que O’Connel deixaria o homem vivo por tempo suficiente para conseguir uma informação útil. Dava para ver na postura dela que planejava um assassinato.

Abre um sorriso enorme. Satisfeita ao ter o foco de todos sobre si. As íris azuis brilham iguais pedras preciosas, safiras claras e cintilantes, na minha direção. Sua personalidade tem realmente um lado adorável. Nunca nervosa, sempre no controle, aproveitando cada momento. Nylah procurava fazer tudo que tinha vontade. Utilizava cada segundo e cada instante como se tivesse medo de não poder fazê-lo depois.

— Tudo bem. — Respondeu para o homem arrogante, quase do meu tamanho, vestido no colete engomado. Constatei com um pouco de satisfação que meu ombro passava alguns centímetros para cima do seu. O’Connel respirou fundo. Eu podia prever o que estava pensando por debaixo daqueles fios loiros. Ela queria se divertir.

Um sorriso abriu-se naturalmente no meu rosto quando vi a expressão que estava fazendo para Malcolm. Do tipo que toparia qualquer desafio. Fez com que ele encolhesse os ombros. O verde mar encarou-me por instantes, procurando uma reação diferente, do suposto acompanhante de Nylah, ao vê-la topar dançar numa boate cheia. Procurando algum traço de raiva.

Solto uma risada baixa quando ela pisca para mim. Os braços delgados abrem, e os saltos passeiam por toda a extensão do espaço estreito, atuando igualmente uma estrela num show de turnê. A blusa de gola alta e mangas compridas, na cor vermelha que tanto ama, e a saia preta justa parecem a roupa mais sensual do mundo simplesmente com o jeito maravilhoso que está andando.

Estreitei os olhos para Malcolm, assim que Nylah virou para o elevador, mostrando-lhe o dedo do meio. Demorou um bom segundo, no qual arregalou os olhos, franzindo a sobrancelha ao mesmo tempo, para que pudesse processar. E no próximo instante a mão firme apoiou-se no meu ombro.

Fique longe dela. — Sussurrou num sorriso desdenhoso. No fim, parecia pensar que tinha me deixado com raiva. O que era verdade, mas somente por estar atrás da minha irmã com esse rostinho cínico de homem rico. — Acompanhante, segurança, seja lá o que você for. Fique longe dela, meu amigo.

Nylah balança o quadril de um lado à outro assim que a música começa. Então os pés acima dos saltos traiçoeiros. Então os braços e as mãos e a cintura. Então todo o corpo entra no ritmo da batida ditada pelos acordes sonoros. Cada nota incorpora-se por baixo de sua pele, movimentando, dançando numa perfeição inalcançável.

Não somos amigos. — Neguei, arrancando sua mão do meu ombro. Os dedos coçavam para lhe meter um soco. Estralei eles na intenção de acalmar a vontade, seguindo para o elevador, onde Nylah observava a interação com um quê de divertimento. Olho por cima do ombro, para Malcolm, trazendo para a superfície a face morta e o olhar sedento por rasgar sua garganta de extremidade à extremidade. Seu rosto deixa o desdém escorrer enquanto uma cor pálida toma conta da feição bonita. — E não sou segurança, Malcolm. Sou um assassino.

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