Conforme ia andando pela floresta, sentia a brisa de vento atingir a minha pele exposta. Sai com tanta pressa daquela barraca que nem pensei na possibilidade de vestir uma blusa. Mas isso não importava agora, eu só daria uma volta e em breve retornaria para o acampamento.
Após andar uns metros de distância, encontrei uma pedra grande o suficiente para que eu pudesse me sentar. Encostei até mesmo a cabeça sobre o tronco de uma árvore que estava logo atrás de mim, e durante uns minutos fiquei pensando em tudo o que havia acontecido.
Deixei a lanterna acesa sobre meu colo.
— Mel! — Ouvi alguém chamar pelo meu nome, parecia a voz da Naomi. Pelo visto eles chegaram pouco tempo depois de eu ter saído e agora deveriam estar procurando por mim.
Revirei os olhos ignorando.
Me levantei novamente e resolvi me afastar um pouco mais, não queria ter que encarar essa conversa com a Naomi e muito menos com o Brian.
Enquanto caminhava, notei que a luz da lanterna vinha oscilando e dando uns piques de energia. Uma hora ela ligava, outra hora não. Merda! Acho que ela já estava no fim, lembro que minha irmã e eu ganhamos quando ainda éramos crianças. Provavelmente era a bateria fraca. Tentei dar umas batidas nela para ver se voltava ao normal.
Distraída com a lanterna senti meus pés vacilarem me fazendo escorregar num barranco. Dei um grito de dor e ao mesmo tempo de susto pela queda. Provavelmente eu devo ter batido a cabeça em algum lugar, pois fui sentindo minha consciência se perdendo aos poucos. Com a visão turva e com a pouca iluminação que aquele lugar emitia, notei os meus amigos passando. Tentei chamar por eles, mas não demorou até que meus olhos tivessem pesados o suficiente ao ponto de eu desmaiar.
[...]
Algum tempo depois.
— Mel... Mel... Acorda! — Ouvi uma voz ecoando pelos meus ouvidos. Fui abrindo os olhos, inclinei a cabeça um pouco para cima e me deparei com a sua imagem bem nítida.
— Gia?
— Finalmente! Achei que ia ficar ai parada pra sempre!
— Isso... Isso não é possível. — Balbuciava. — Você está...
— Morta? — Ela sorriu como se aquela palavra representasse algum sinônimo de humor. — Bom, não tanto quanto você se continuar ai deitada. Você precisa acordar, Mel! — Posicionou sua mão sobre meu braço e foi subindo pra cima.
Senti um arrepio e uma sensação estranha. Assim que meus sentidos se afloraram, olhei para o meu braço me deparando com um bicho se rastejando por ele.
— Ah! — Gritei me afastando bruscamente. Olhei para os lados sem conseguir muita informação, minha irmã já sumirá tão rápido quanto o tempo que a minha alucinação durou. Me levantei com toda dificuldade do mundo. — Aí porra! — Exclamei assim que apoiei os pés no chão, talvez eu tenha sofrido uma torção.
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Cabana
Roman d'amourMelinda Kingston é uma universitária com um sonho "quase" falido de ser escritora. Com as aulas se encerrando, seus livros sendo rejeitados por todas as editoras e sem nenhuma outra perspectiva para o que vem depois, a garota resolve tirar uma seman...