A mulher que eu costumava chamar de Samantha apareceu meia hora depois em ponto. E tenho que dizer, ela estava deslumbrante em um vestido preto de alcinha colado ao corpo, uma jaqueta jeans por cima e um tênis que se encaixa perfeitamente no look. Totalmente despojada e jovial. Enquanto me vestia com um macacão vermelho e o famoso salto scarpin que particularmente eu adorava.
Estávamos confortáveis, isso que importava. Não queria parecer exagerada, não queria fazer dessa noite um "encontro." Apenas um passeio entre "amigas."
— Você está muito bem. — Proferi com o tom de voz baixo. Um pouco tímida para ser sincera.
— Obrigada, Melinda. Você também está muito bonita essa noite.
Sorri involuntariamente.
— Hum, nós vamos no seu carro ou no meu?
— Pode ser no seu? Eu detesto dirigir, as vezes prefiro mil vezes andar a pé.
— Tem um restaurante há alguns quarteirões daqui, nós podemos ir caminhando se quiser.
— Eu adoraria!
E fomos.
Caminhávamos uma ao lado da outra. Samantha ia conversando com tanta espontaneidade que hora ou outra me pegava observando a forma que seus lábios usavam para formular cada frase.
A cada cinco palavras, três ela se pagava rindo. Sinceramente, me sentia muito bem ao seu lado.
— Licença, senhoritas! — Um homem exclamou atrás da gente, olhamos para trás e não notamos que ele passava de bicicleta.
Nós duas estávamos no meio da rua. A mulher a minha direita me pegou pela mão, me trazendo até a calçada.
— Desculpa! — Ela exclamou após acenar para o homem. — As vezes me pergunto como estou chegando a casa dos quarenta. — Diz em um tom brincalhão. — Sou muito distraída.
— Acho que a maioria de nós. — Sorri.
— Eu mais do que qualquer outra pessoa.
Olhei para baixo sentindo sua mão quentinha, sem perceber avançamos alguns passos de mãos dadas. Ela se afastou me pedindo desculpas. Suas bochechas chegaram a corar.
— Como você disse que se chamava o restaurante? — Tentou mudar de assunto.
— Eu não falei. — Dei uma risadinha. — O nome é The Diner.
— Quanta criatividade para um nome.
— Sim! Parece que eles escolheram o primeiro nome que viram pela frente.
Rimos.
Demorou uns quinze minutos para que chegássemos no restaurante. Assim que entramos um sininho pendurado na entrada tocou, anunciando a nossa chegada. Escolhemos uma mesa ao lado da janela, Samantha tinha a opção de sentar na cadeira da frente, mas ao invés disso ela se sentou ao meu lado.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Cabana
Roman d'amourMelinda Kingston é uma universitária com um sonho "quase" falido de ser escritora. Com as aulas se encerrando, seus livros sendo rejeitados por todas as editoras e sem nenhuma outra perspectiva para o que vem depois, a garota resolve tirar uma seman...