𝐌𝐀𝐑𝐈𝐀 𝐄𝐃𝐔𝐀𝐑𝐃𝐀 𝐒𝐄𝐌𝐏𝐑𝐄 se sentiu muito sortuda. Ela tinha uma família que a amava mais do que tudo e que fazia de tudo por ela, mesmo sem terem o mesmo sangue que ela, algo que nunca a fez se sentir menos amada ou menos parte da famí...
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POV MADU
Pablo vai passar mais essa semana toda aqui em Nova York, Pedri e o resto do time também. Saí com eles ontem, mas acabei dormindo no meio do karaokê. É isso que acontece quando não se tem boas noites de sono.
Não culpo minhas escolhas, eu faço isso porque preciso criar um nome. Se eu abrir mão das oportunidades que aparecem, vou acabar sendo apenas mais uma na profissão que escolhi e eu não quero isso. Eu quero ser lembrada, quero que falem de mim pelo meu mérito próprio e para isso é preciso dar duro.
Eu me culpo pelo o que está acontecendo. Agora reconheço que devia ter aberto mão de algumas pequenas coisas. Tipo a aula extracurricular de fotografia, eu nem tenho câmera fotográfica, e essa aula me tomou muito tempo. Então, sim, a culpa dessa discussão entre Pablo e eu é minha...e só minha.
- Como vai ser agora? - Pablo perguntou e eu o olhei.
- Eu não posso deixar meu emprego e nem meus projetos agora, eu tô começando a fazer meu nome nesse meio e é tudo muito novo pra mim. - eu disse tirando o cabelo do rosto. - Mas eu acho que saindo de algumas aulas extras, que não fazem importância alguma pra mim, eu consiga mais tempo. - soltei um suspiro antes de olhar para Pablo. - Mas eu não sei, já é a quinta vez que conversamos sobre isso em três dias.
- A gente não vai encontrar um meio termo. - ele disse passando a mão no cabelo. - Principalmente agora, eu vou viajar pra jogar fora, nem sei quanto tempo vou ficar lá.
- A gente pode se falar por ligação. - sugeri sentindo um aperto no peito.
- São 07h de diferença, você estuda de manhã e trabalha de tarde. - ele argumentou. - Você precisa dormir durante a noite e não ficar acordada falando comigo.
- Eu durmo!
- Você não dorme, você fica fazendo animações para trabalhos da faculdade, fica falando com a Carol, ou fica arrumando slides de reunião. - ele disse e eu fiquei em silêncio. Pablo estava certo.
- Eu posso falar com você enquanto arrumo as coisas. - argumentei.
- Mari, são sete horas de diferença, quando aqui forem 23h, onde eu vou estar vão ser 06h da manhã. - ele disse e eu suspirei.
Nós dois ficamos em silêncio. Ficamos nos olhando em silêncio, ambos sem nada para dizer.
- É melhor a gente terminar. - Pablo falou se segurando para não chorar e eu pisquei algumas vezes.
- O quê? - perguntei confusa.
- Você não tem noção do quanto isso tá me machucando e me deixando confuso, mas um de nós dois ia ter que tomar essa decisão. - Pablo disse com a voz embargada e eu pisquei tentando afastar as lágrimas.
- Não precisa acabar assim...eu não quero que acabe assim. - eu disse chorando e Pablo começou a chorar também.
- E eu não quero que acabe. Mas eu não posso ficar com alguém que não tenha tempo pra mim. - Pablo disse chorando e eu assenti.
