Apenas sentir

Face a Face com o medo

Sasuke e Fugaku estavam na frente do tribunal. Sakura respirou fundo quando o carro parou, podia ouvir a vozes de Fugaku e Shisui um pouco mais afastados falando com seu pai. Assustou-se quando uma mão tocou em seu ombro, mas logo se tranquilizou ao ouvir a voz do namorado.

- Você está bem?

Ele a observava preocupado, ela parecia mais pálida do que o normal. Sakura apenas acenou que sim, fazendo o Uchiha trocar olhares com Sasore. Mebuke sorriu triste para ele, aquele dia não estava sendo e nunca seria fácil. Caminhou sendo auxiliada pelo namorado e mãe ao subir os degraus.

Seu coração parecia que acelerava a cada passo. As vozes se aproximando cada vez mais a deixava nervosa. Era bom ela não enxergar nesse momento, pois os olhares de dó e pena que recuaram sobre ela naquela sala, incomodava qualquer um.

- Fique calma, vai da tudo certo.

Sasuke sussurrou antes de beijar sua testa e se sentar onde estava reservado aos expectadores, enquanto Fugaku a encaminhava para se sentar ao seu lado em frente ao juiz. Oroshimaru logo pareceu com seu cliente do outro lado e sorriu de forma debochada sentando em seguida.

Após explicar o caso, o juiz pediu para que Sakura se aproximasse e contasse sua versão. Fugaku ajudou a nora a se sentar onde faria seu relato. As mãos dela tremiam e suavam de nervosismo, após o juramento ela contou exatamente tudo o que viveu. Respirava fundo para ter coragem de falar exatamente tudo em detalhes. Detalhes esses que fez um Sasuke trincar o maxilar, louco para encher a cara do platinado de pancada.

Em seguida Fugaku fez algumas perguntas sobre o tempo que o conhecia e se mantinha amizade com ele. Coisa que não foi o caso, apenas no primeiro dia que se virão que interagiram um pouco mais. Finalmente chegou a vez do advogado de defesa de Akira.

- Senhorita Haruno. Se a senhora não enxerga como pode garantir que realmente foi meu cliente?

A voz dele causava medo nela, que apertou as mãos antes de responder.

- Minha audição nunca me enganou. E as imagens comprovam isso – neste momento ela podia ouvir seu próprio coração se possível.

- Meu cliente falou que você deu a entender ter um interesse nele...

- Protesto meritíssimo. O advogado do réu está querendo inverter a história culpando a vítima - Fugaku se levantou com as palavras absurdas.

- Protesto aceito. Senhor Oroshimaru, limite-se apenas em defender seu cliente.

A voz do juiz era grossa e mostrava todo seu poder.

Oroshimaru fez uma careta antes de se virar.

- Isso é tudo - voltou a sentar ao lado de Akira.

Sakura tremia, aquela situação era constrangedora. O sogro a ajudou voltar para seu lugar e quando foi à vez de ouvir Akira, a voz dele causou um pavor sem igual nela. Era como se tudo tivesse voltado com um baque. Ela estava ainda mais pálida, o medo era visível em sua face.

- Pensei que ela me queria e estava com vergonha - deu de ombros.

Aquilo causava repulsa, seu sorriso debochado fazia Sasuke apertar os punhos na vontade de matar aquele ser desprezível.

- Está me dizendo que a sequestrou, torturou e abusou dela psicologicamente porque na sua cabeça doente, você imaginou ela sentir algum sentimento por você? - as palavras de Fugaku eram de pura indignação - Não nos faça perder nosso tempo aqui senhor.

- Protesto, o advogado está manifestando sentimentos pessoas contra meu cliente.

- Protesto negado. A promotoria tem algo mais a acrescentar?