XVIII - Escolhas

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Tobias Rogers estava novamente no telhado. Ele simplesmente não conseguia aguentar toda aquela bagunça visual de cores nem todos aqueles incensos fortes espalhados pela casa. De fato, aquilo tudo era um pedido pra passar mal. "O que caralhos tem errado com esse monstro? Fora a cama macia e os jantares deliciosos, eu definitivamente prefiro voltar praquele inferno na casa do Slender." Dizia para si mesmo.

- Foi quase, né? - Dizia Jane, que subia no telhado com sua máscara de porcelana (Cortesia de seu querido amigo Jeff), se sentando ao lado de Toby.

- Bem, a-aquilo não é pr-problema meu. E V-Você n-não precisa ter me c-chutado tão f-forte. Vaca.

Jane deu uma risada, o que assustou Rogers. Nunca esperava ouvir algo tão... Genuíno e não doentio de um proxie.

-... Aí... Como está o... Jeff? - Questionou a mulher, que conseguiu gerar um silêncio levemente constrangedor após isso. Toby a encarava com um certo brilho nos olhos, e também confusão. A brisa leve da noite acariciou a pele de ambos, fazendo assim, um arrepio subir por eles.

- Q-Quer saber se e-ele tá m-miserável, né? - O jovem pegou um cigarro e o ofereceu para a moça, que aceitou quase que instantaneamente.

- Eu só queria saber se... Ele ainda sorri daquela forma doentia. Deve ser ridículo pensar assim, mas... As vezes me pergunto se o que ele fez comigo o afetou de alguma forma. - Disse Jane, enquanto analisava o cigarro por entre seus dedos finos e queimados.

Toby ascendeu seu próprio cigarro e, de uma forma delicada que nunca achou que poderia fazer, pegou a mão de Jane e colocou o cigarro em seus lábios maltratados, e então, utilizou uma das mãos para proteger o cigarro do vento, o ascendeu. Ambos inalaram a tão preciosa fumaça e soltaram lentamente no céu, apreciando a fina fumaça desaparecendo por dentre as estrelas que brilhavam no céu noturno.

-... Eu... N-Não f-falo muito com e-ele... Na v-verdade, com ninguém. - Rogers olhou para baixo enquanto segurava seu cigarro pelo meio de seus dedos. - Não... Faz sentido fazer amigos. N-Nunca fez.

A mulher o observou enquanto, novamente liberou a fumaça por entre seus beiços. - Não acha que deveria mudar isso, já que está aqui? -Toby arregalou seus olhos para ela. Estava bastante... Surpreso. - Quer dizer... Você não está mais no meio daqueles viciados em sangue, né? Você... É uma boa pessoa, Toby. Eu sei que o que aconteceu com você...

- NÃO! - Cortou o jovem, se levantando furiosamente. - V-VOCÊ N-NÃ-ÃO SA-ABE-E O Q-Q-QUE ACO-ONTEC-CEU C-COMIG-GO!! N-NÃO H-HAJ-JA C-COMO S-S-SE S-SOU-UBESSE! - Rogers começou a tremer e seus tiques nervosos (que originaram seu tão conhecido apelido Tique - Toby) apareceram. Era normal para alguém com tantos problemas mentais como ele simplesmente, do nada, ter um snap. Talvez fosse por isso que Offender não queria que ele fosse o escolhido pro trabalho.

- Wow, wow, wow, calma aí amigo. - Ela se levantou e tentou se aproximar de Toby, mas simplesmente levou um tapa na cara. Oh, se Jane já não fosse acostumada com isso, definitivamente teria começado a chorar. Lentamente, de seu frágil nariz uma pequena linha vermelha começou a sair. Sangue. Oh, ela não deixaria isso barato.

Jane deu um chute em Toby e o fez cair de costas no telhado, assim, ela conseguiu pular em cima dele, em uma tentativa de dar um mata-leão, o que não esperava, foi que Toby começou a rolar com ela telhado a baixo. Ambos logo começaram a cair do que seria o 3° andar da mansão, com o chão se aproximando rapidamente. Jane somente fechou seus olhos, achando que seria ali que sua vida acabaria. Nunca pensou muito na morte, e agora nem tinha tempo para raciocinar se seria melhor para si morrer e acabar com seu sofrimento ou se seria pior por não ter completado sua vingança.

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