XIV - Mais Perguntas, Poucas Respostas

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Após a noite conturbada que lhe gerou memórias que simplesmente queria esquecer, Toby foi cumprir com parte de seu acordo. O jovem andava dentre as árvores nebulosas daquela floresta, com suas pequenas crises de tiques nervosos o fazendo estalar seu pescoço e ficar com seus dedos inquietos. Timidamente, o jovem se aproxima da barreira protetora da mansão, logo para se encontrar com Offenderman, que estava a sua espera encostado em uma árvore qualquer. Em sua "face" havia um enorme e largo sorris—o de dentes ponteagudos.

— Então, Tique-Tob-

— NÃO ME CHAMA ASSIM, P-PORRA!

Offenderman riu. — Desculpa aí, é que tá começando a ficar engraçado ver como você fica putinho quando te chamo de alguma coisa. Uh, que seja, conseguiu?

— S-Sim... Ela- Rogers parou por um instante. Será que... Deveria dizer aquilo? Querendo ou não, a garota, por mais mimada que fosse, passou pelo mesmo que ele. Perder uma irmã pra um acidente não é fácil, principalmente se é a única pessoa na família que realmente te entende.

— Então? Fala logo, porra, tá quase na hora de eu foder mais uma vítima. – Anunciou Offender irritado.

— Uh, bem, ela... Eu... Eu não t-tenho informaçõe-es s-suficient-tes... – O garoto deu um passo para trás, olhando para baixo.

—... Tu tá de brincadeira comigo, né, moleque? –O sorriso se desfez. Offender colocou a cara bem próxima da barreira. — Tá com medinho, é? Virou putinha do Senhor Palhaço-Purpurina?

— C-CALA A B-B-BOCA! SEU MERDA! – Toby respondeu, batendo o pé no chão. O jovem até tentou se aproximar, porém, ainda sim, sentia medo em seu coração. Offenderman lembrava-o de Slenderman... Slenderman estragou o que uma vez havia chamado de vida.

— Tch. Que seja, moleque. Te dou mais um dia, e, se você não conseguir eu mando outra pessoa vir aqui por mim. E você não.vai.gostar.

Dessa forma, Offenderman desapareceu na névoa da obscura floresta. Toby não queria admitir por seu orgulho, porém, estava amedrontado. O pobrezinho tremia na base. Porém, a tremedeira de Toby acabou sendo interrompida por gritos que vinham de lá. Mesmo que já estivesse extremamente acostumado com esses gritos de horror, acabou levando um sustinho que o fez dar um pequeno pulo. O jovem segui os gritos dentre a floresta e logo chegou em um pequeno riacho próximo dali. Era Jane! A proxie que havia o "consolado" estava gritando enquanto se jogava no lago. Toby deu um sorriso levemente convencido e se apoiou numa árvore, cruzando os braços. Ele apenas ficou observando e vendo quanto tempo mais a mulher levaria para desistir de tentar atravessar a barreira pelo lago, e, isso não demorou muito.

—... Que você tá olhando, esquisito? – Questionou ela ofegante enquanto se jogava na margem do rio. Suas roupas extremamente encharcadas.

— E-Esquisito? E-E-Eu? V-Você quem t-tem a c-cara queim-mada. – Ele riu, o que gerou uma reação esperada de Jane: Ela jogou uma pedrinha na cabeça dele. – Ow!

— Não fui eu quem deu um cigarro pra uma menor de idade e passou 23 minutos socando uma árvore.

— O-Own. V-Você cont-tou o t-tempo. Que f-fofa.

— Seu sarcasmo me enoja algumas vezes. Você não é nada diferente daquele...

— Não me compare a ele. Eu nunca faria nada que ele fez.

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