Capítulo 14

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Eren estava nervoso, muito nervoso. Iria conhecer sua sogra e mal sabia como se portar. Se esforçava para os sentimentos negativos não o atingir, afinal, não queria sofrer por antecipação.

Estava praticamente pronto, só faltava burrifar o perfume. Levi ajeitava a manga de seu terno escuro enquanto esperava seu garoto terminar o que estava a fazer. Mas, foi apenas ao deixar ele terminar o serviço, que o viu tontear e se jogar contra a parede, como se uma enorme dor o aflingisse por um momento.

– Eren! – Levi logo se aproximou, afastando-se do espelho e indo em direção ao bronzeado.

– Eu, eu... – Eren não conseguia falar, ele respirava rápido e parecia estar perdendo o ar.

– VOCÊ É ESTÚPIDO!

– VOCÊ NÃO SERVE NEM PARA FODER!

– CARALHO, VADIA, FIQUE QUIETA!

– EU JÁ DISSE, EU NÃO ESTOU SAINDO COM NINGUÉM!

– SE ME PERGUNTAR NOVAMENTE SE ESTOU A TRAI-LO, TENHA CERTEZA QUE AMANHÃ MESMO APAREÇO COM ALGUÉM!

Eren tinha certeza: já havia escutado aquela voz. Mas, estranhamente, não era de Levi. Aquela voz não chegava a ter um grau da potência e do quão poderosa e fria era a voz do policial, pelo contrário, chegava a ser assustadora.

O que estava acontecendo?

De quem era aquela voz?

– VOCÊ ESTÁ ME TRAINDO?

– QUEM VOCÊ PENSA QUE É?

–FODER VOCÊ É QUE NEM FODER UMA BONECA, QUE NOJO!

De quem era aquela voz?

– EREN, VOCÊ É APENAS MEU ENTENDEU!?

– ÉS UM MERDA, MAS ÉS MEU!

DE QUEM ERA AQUELA VOZ?

– EREN! EREN!

Aquela voz.... Aquela voz ele reconhecia: Era Levi.

– Levi... – Os olhos verdes encararam, derrotado, os olhos azuis. – Eu...

– O quê houve? Você está bem? – Perguntou, assustado. Por mais que sua expressão permanecesse quase indiferente, ainda era possível ver os ombros tencionados e as sombrancelhas quase juntas.

– Uma voz, eu ouvi... Uma voz. – Eren sacudiu a cabeça tentando manter sua mente intacta. – Levi, eu... Me abraça?

Uma pergunta que sequer precisou de resposta.

Levi logo o abraçou, o circulando com seus braços fortes.

Talvez fosse a voz quebradiça, talvez aquela expressão de horror. Uma coisa que Levi teve certeza naquele momento, era que jamais iria querer abandonar aquele garoto. Foi como se cada célula ordenasse ele a abraça-lo.

E tudo que Levi conseguia pensar naquele momento era: "O quê diabos estava acontecendo cosigo?"

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– AMOR, NA COZINHA! – Hange praticamente gritou quando escutou a porta bater, sabendo que Erwin deveria estar a procura-la.

– Cozinhando? – O loiro perguntou, observando a morena assentir.

– Sim. – Respondeu, sabendo bem que ele deveria estar surpreso, afinal não era costume seu cozinhar. – Não sei fazer muita coisa, mas ao menos um caldo de ervilhas eu sei.

MEMORIES (Ereri/Riren)Onde histórias criam vida. Descubra agora