Capítulo 15

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A imagem era estranha e meio embaçada, mas ainda clara o suficiente para que eu pudesse ver.

Era Levi... Eu conseguia sentir o tecido de sua camisa sobre meus dedos, a forma como eu me agarrava a ele desesperadamente. Mas seus braços fortes me abraçando deixava tudo em segundo plano.

Porém... Por que eu estava tão desesperado em seu abraço?

Um barulho de chuva forte preenchia o silêncio do cômodo e eu podia ter certeza que podia sentir as mãos de Levi puxando meu corpo em sua direção.

Quando finalmente abri os olhos, vi que ele me olhava preocupado, tenso.

Foi aí que eu percebi... Estava tendo um pesadelo!

E em seus braços fui capaz de encontrar um refúgio... Mas nada do que eu podia esperar se comparava a como me senti quando tive seus dedos a acariciar meus cabelos.. meus olhos inundaram com uma leve ardência e eu só pude me esconder em seu peito, com vergonha.

[...]

– Eren? – Levi o chamou preocupado,  vendo que seu garoto havia tido mais uma vez um pesadelo.

Por que ele estava tendo tantos pesadelos após o acidente?

– Levi? – Eren se sentou, limpando suas lágrimas. Ele sequer se lembrava do motivo de estar chorando a alguns segundos atrás. Era como se tudo houvesse desaparecido em um nevoeiro num instante. – Dormi muito? – Perguntou, a fisionomia de horror mandando rapidamente para uma bem relaxada e descontraída. Os pesadelos sequer passavam mais por sua mente.

– Teve outro pesadelo, garoto. Tch. – Levi lutou para esquecer o pesadelo, não querendo atormentar seu garoto agora que ele estava bem. – Coloque seus sapatos, vamos descer.

– Descer? – Franziu o cenho confuso. Era para comer? Até que seu olhar repousou sobra a colcha da cama, não a reconhecendo. As paredes, os móveis... – MERDA!!! – Exclamou ao ter suas memórias retornando com potência total. – Estamos na sua mãe! – Dava para ver o desespero nos olhos verdes e se Levi fosse alguém de fácil expressão, estaria rindo do garoto agora.

– Eren, sapatos. – Lembrou-o, vendo-o obedecer com bastante pressa e rigidez. Nem parecia mais o garoto relaxado após acordar.

– Ah, sua mãe deve pensar horrores de mim agora. Quem vai conhecer a sogra e dorme sem sequer passar uns minutos com ela? – Exclama aos quatro ventos, se levantando bem rápido pronto para descer.

– Se aquieta, pirralho. Tch, sequer amarrou os sapatos direito. – Com uma paciente e virtude incrível, sentou-se na cama e curvou-se para amarrar os sapatos do garoto, aproveitando para começar a calçar os seus, em uma velocidade bem mais calma que a de Eren. – Não sei para que tanta pressa, não vão fugir.

– Viemos ver sua mãe e a deixamos sozinha, somos péssimismos,  Levi! – Ele se agitava de um lado para o outro, intercalando seu peso entre suas pernas. – Vamos logo.. – O apressava,  ansioso, mas parando um momento para reparar em algo que seu namorado havia dito, franzindo o cenho. – Espera, "não vão"? – Olhou confuso para Levi, que levantava com uma tranquilidade impressionante, sua face permanecia com uma indiferença surpreendente acompanhada pelo tédio cotidiano. Sempre neutro, ocultando seus sentimentos e verdadeiros pensamentos. – Não seria "não vai"? Sua mãe é uma só.

– Tch, meu pai e meu tio já chegaram. Estão lá em baixo com a minha mãe. Então não, Eren. Não somos cruéis e insensíveis por deixar ela sozinha, pois ela não está sozinha. – Quase pareceu soar ofendido com suas palavras, ocultando seus pensamentos que certa forma haviam sim deixado-a sozinha, pois nem Eren e nem Levi sabiam que horas eles iriam aparecer certamente. Algo que Levi não diria e nem mencionaria ao garoto.

MEMORIES (Ereri/Riren)Onde histórias criam vida. Descubra agora