Cap 14 - Estamos namorando

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Marília saiu da sala minutos depois de Laura, precisava respirar. Estava extasiada pelos sentimentos contrários que experimentara. Desde o êxtase perigoso e proibido nos braços de Maraisa, até a raiva de Laura.

Recostou-se na mesa de sua secretária e Maria a olhou com um olhar malicioso.

–O nível de seus clientes anda subindo senhorita Mendonça's.

Marilia sorriu.

–Se todos os meus clientes fossem como Carla Maraisa eu estaria perdida.

–Se todos os seus clientes fossem como Carla Maraisa eu trabalharia de graça.

Ambas gargalharam com gosto.

–De onde saiu aquela deusa?

–Dos meus sonhos.

Disse Maraisa com um ar perdido.

–Está de quatro por ela não está?

–De quatro, de lado, de frente. Como você imaginar.

Ela disse sem conseguir segurar a língua e Maria arregalou os olhos.

–Nossa senhora. Luiza se revelando.

–Você não tem noção do que aquela mulher é capaz.

–Tenho uma vaga noção Marília, de que aquela mulher é sensacional.

Marilia arqueou a sobrancelha divertida.

–É mesmo? Você descobriu por si mesma ou alguém te contou?

Maria Gargalhou, havia uma pontinha de ciúmes nas palavras dela.

–Quem me dera ter a sorte de descobrir por mim mesma, mas não querida. Foi a porta do seu escritório que me contou.

Marilia ficou vermelha.

–Maria! Você ficou ouvindo atrás da porta?

–Não, não foi necessário, era alto o suficiente pra eu ouvir daqui.

Marilia ficou mais vermelha.

–Por favor, me diga que ninguém mais ouviu.

Ela implorava com o olhar.

–Não, mais ninguém ouviu - viu sua chefe se aliviar

–Porém recomendo que dê um jeito neste chupão, ou não ter ouvido seus gemidos será um mero detalhe em alguns minutos.

Marilia arregalou os olhos.

–Chupão? Onde?

–Bem aqui.

Maria apontou a marca.

–Droga! - olhou num pequeno espelho a mancha vermelha. - O que eu vou fazer?

Maria sorriu.

–Deixa que eu cuido disso. - Marilia arqueou a sobrancelha pra ela - O que? Eu sou perita nisso viu? Já tive que esconder muitos chupões pra papai não ver.

Ambas gargalharam enquanto a secretária pegava um estojo de maquiagem para reparar a mancha no pescoço da chefe.

Laura estava furiosa quando chegou ao andar de baixo. Puxava o ar com força para tentar controlar os impulsos.

Sim, ela tinha plena consciência de que deixara Marília, de que havia escolhido Alexia. Não havia sido uma decisão fácil, afinal, Marília era a mulher certa para casar. Uma mulher de família, estruturada, inteligente, bonita, bem sucedida. Certo que para ela, acostumada a obscenidades,Marilia mais parecia uma boneca inflável na cama, apenas ansiosa em fazer o que ela queria, sem ousar, sem tomar atitudes.

O relacionamento delas sempre fora frio, mas a verdade é que ainda assim seus pais teriam aprovado mais um casamento com Marília do que com Alexia, mas ela precisava de emoções mais fortes as que Marilia poderia lhe oferecer.

Lembrou-se da apreensão que sentiu o dia inteiro antes de encontrar Marília para lhe dizer que havia terminado. Que queria o fim do noivado, mas aquela situação não poderia se sustentar mais, já tinha quatro meses que se encontrava com Alexia e desejava cada vez menos ela. Elas quase não dormiam mais juntas e o mais incrível disso é que ela nem reclamava.

Esta lembrança a enfureceu mais ainda. Esteve com ela dois longos anos e tudo o que conseguira era sexo frio e gozo rápido, muitas vezes imaginando cenas eróticas que via nos filmes, ou recordando suas transas com Alexia. Nem sabia ao certo se ela realmente atingia o clímax ou fingia chegar lá.

Conhecia a fama de Maraisa de pegadora. Ela já saíra com as mulheres mais desejadas da região e todas elas caiam de amores por ela, como ela podia ter se interessado pela Marília? Logo ela que era tão reprimida de prática naquele assunto.
A menos que não fosse mais.

E era isso que a enfurecia, o fato de saber que ela provavelmente havia desabrochado como mulher e que isso ocorrera nos braços de outra pessoa. Não admitia que Maraisa Pereira tivesse lhe colocado para trás desta maneira. Como ela conseguiu fazê-la baixar aquele muro de pudores? Ela não entendia, muito menos aceitava;

Poderia até estar com Alexia, mas de alguma forma Marilia a pertencia e ela não se deixaria vencer desta maneira.

Encontrou Maraisa ainda na entrada do prédio, ela conversava alegremente com Luíza, irmã de Marilia. Parecia já ter se enturmado à família.

Luiza falava com um grande sorriso, e dava tapinhas amigáveis nas costas de Maraisa, a inveja aflorou mais forte no coração dela. Luíza sempre a tratara com distância, mal conversavam enquanto ela foi noiva de Marília.

Neste momento Laura sorriu com malicia e raiva, o que diria Luiza se soubesse que Maraisa estava prostituindo sua irmã? Por que era isso que ela estava fazendo, quando a convencia a transar na própria sala.

Ela julgava o relacionamento de Maraisa e Marília da pior maneira possível, tomada por um sentimento de posse e egoísmo, e achava que todos pensariam da mesma forma.

Viu quando Luíza se afastou e Maraisa se encaminhou até seu carro.

–Ei Maraisa!

Ela a chamou disposta a discutir com a Morena. Maraisa virou-se tranquilamente.

–Fala Alexandra. - disse com deboche.

–Preciso falar com você.

–Já está falando. O que você quer?

–Creio que você saiba que eu quase me casei com Marília.

Maraisa arqueou a sombrancelha.

–Sim...E?

–E que eu quero saber, o que está rolando entre vocês duas?

Ela disse com ar superior.

Maraisa fez uma expressão inexplicável e aproximou-se dela. Laura recuou um pouco assustada, mesmo que fizesse um esforço absurdo para manter sua dignidade e não fugir correndo por mais que ela fosse maior do que Maraisa.

–Bem, creio que estamos namorando.

A PROFESSORA- MALILA. Onde histórias criam vida. Descubra agora