Dez

180 20 27
                                    

Clara estava apreensiva dentro do quarto da irmã. Logo bem cedo, com o céu ainda sereno. A princesa inquietamente se dirigiu ao quarto da Caroline pois sabia que ela havia escapado para ver Dayane e gostaria de saber se já havia voltado, seu peito se encheu de uma terrível ansiedade quando viu que não. Decidiu espera-la em seu quarto mesmo, e enquanto roía as unhas e balançava freneticamente as pernas percebia que já estava quase no horário de todos acordarem.
***

- Ahh não!!!. – Exclamou Carol saltando da cama da Dayane despertando-a com o ato explosivo logo cedo.

Dayane lutou para abrir os olhos enquanto os coçavam para se adaptarem com a claridade e assim que conseguiu focar sua visão, percebeu a princesa andando de um lado para o outro parecendo duelar com o corpete que estava revestindo em seu corpo.

-O que você t..– Nem precisou terminar sua pergunta. Notou estar nítido todos os detalhes do seu quarto e quando olhou pela janela pode ver o céu claro. –Merda! - Exclamou saltando da cama e indo até a porta colocando somente a cabeça para fora na tentativa de escutar algum tipo de movimentação. Normalmente as mulheres que cuidam do orfanato acordam bem cedo para organizar o café da manhã para todos, o ar ficou preso na garganta da Dayane enquanto ela analisava a área e o liberou quando colocou novamente a cabeça para dentro do quarto voltando a fechar a porta.

-Acho que todo mundo ainda está dormindo. – Comentou visualizando Carol com mais nitidez, ela ainda parecia lutar com o corpete.

-Isso é terrível para colocar. – Comentou puxando os cordões apertando mais a peça em seu corpo. –Nem sei como consegui tira-lo tão rápido ontem. – Dayane abriu sorriso indo ajudá-la.

Ao chegar perto dela com muita de sua pele exposta foi que a plebéia sentiu seu corpo de fato acordar.

Apesar de ter uma névoa de neblina cobrindo todo o chão mostrando ainda ser o início da claridade, Caroline sabia que todos do castelo já começavam desde cedo com seus afazeres, não demoraria nada para o sol raiar. Precisava ser ligeira. O medo de ser pega por alguém da redondeza embrulhava seu estômago.

-Você nem precisa dessa coisa. Seu corpo é cheio de curvas e se me permite admitir, muito gracioso. – Dayane tentou relaxa-la terminando de amarrar o corpete, mas não permitindo que a ruiva saísse imediatamente do posto.

Com as mãos nos ombros da princesa, afastou seus cachos ruivos deixando seu perfil exposto e então depositou um beijo que fez a ruiva fechar os olhos se permitindo levar pela sensação boa daquela manhã, mesmo que a preocupação ainda estivesse a tona.

-Muito galanteadora. – Brincou Carol se virando ficando frente a frente com a Dayane.

-Argh! –

Carol resmungou se afastando da Dayane que acompanhou seus passos com o olhar. Tendo ela mais distante, Dayane pode finalmente fixar em seu corpo o olhar livre que sempre quis dar.

Na noite anterior, teve ela completamente despida sobre seu corpo, mas a escuridão do quarto impossibilitou muito em fazer uma exploração com o olhar, diferentemente de suas mãos que não hesitaram em percorrer todos os cantos. Agora com a claridade do dia, aquilo era a coisa mais perfeita que já se permitiu em ver. Agora se irritou por não ter se permitido ver tudo aquilo antes. Oportunidade teve.

–Não era pra você me ver assim. – Caroline voltou a resmungar e Dayane negou com a cabeça parecendo um robô.

-Acredite, eu esperei pra te ver assim por muito tempo. – Disse Dayane ainda observando cada parte do corpo da Carol que cerrou os olhos em sua direção. Podia sentir o olhar da morena causando a mesma sensação que causou quando ficou pelada ao tomar banho no riacho. Odiava corar com aquilo.

Um amor tão obvioOnde histórias criam vida. Descubra agora