Vinte um

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Tô sem criatividade, né foda?

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–Amiga, sério. Eu fiquei 20 minutos tentando fazer o casal pedir alguma coisa pra no final de tudo eles escolherem dois cafés puros?. – Luísa perguntou indignada esperando Carol terminar de apagar todas as luzes do estabelecimento.

Carol tinha um sorriso divertido nos lábios. Era fim do expediente e normalmente ambas trocavam lamentações do decorrer do dia, e era incrível como todo dia tinha coisas para debater. A raiva que Luísa falava divertia Carol por ela entender o que a amiga estava sentido. Também odiava atender esse tipo de cliente.

–Deveria ter jogado o café na cara deles. – Murmurou Carol fazendo Luísa gargalhar. A loira estava encostada na mesa lixando as unhas, mas rapidamente ergueu o olhar para a Carol.

-Eu pensei. – Assumiu voltando a lixar. –Mas não podia perder o emprego né. – Lamentou.

Se desencostou da mesa quando a ruiva chegou perto e guardou a lixa na bolsa, ergueu o braço na direção da Carol em cavalheirismo e Carol se agarrou abrindo um sorriso cúmplice. Juntas começaram a deixar o ambiente de trabalho.

–É uma visão ou a Dayane está do outro lado da rua?. – Luisa perguntou repuxando os olhos para tentar enxergar melhor.

Carol estava no processo de trancar a porta, mas imediatamente interrompeu sua ação e se virou tão depressa para saber direito do que a amiga tinha falado que por pouco não deu um jeito no pescoço. Murmurou um "Merda" involuntário apressando o ato

A rua estava deserta, os postes clareavam boa parte paisagem, exceto por um que estava com mal contato e por isso ficava piscando, ele já estava com esse problema a meses e ninguém veio concertar. Era exatamente nele que um carro preto da Dayane estava estacionado, encostada na porta do motorista tinha uma Dayane com a mesma roupa que estava de manhã cedo quando foi a ver.

–O que ela está fazendo aqui?. – Luísa perguntou alheia.

–Vamos andando que eu te explico. Acho que ela ainda não viu a ge..–

–Você demorou para largar. – Uma voz distante ecoou tensionando os músculos da Carol que ao menos iniciou seu plano de fuga.

Expressou uma careta esboçando um sorriso sem graça enquanto girava os calcanhares juntamente com Luísa que parecia não entender.

–Ela disse que iria vir me buscar hoje, mas eu esqueci. Na verdade eu nem acreditei.  – Carol murmurou com os dentes cerrados quase não movendo os lábios.

Luísa a encarou e voltou-se para Dayane se aproximando alegremente.

– É, tivemos que fazer hora extra. – Carol respondeu se agarrando mais braço da Luísa que sentiu um impulso no seu corpo como um puxão para mais perto.

O sorriso forçado ainda estava no rosto da amiga, Luísa pôde notar e ainda sem saber muito o que estava acontecendo ou em como deveria agir, decidiu imitar a amiga e esboçou um sorriso forçado na tentativa de parecer natural.

–Oi Luísa. Como você está?. – Saldou se aproximou da loira depositando um beijo em cumprimento à mulher que devolveu o gesto.

–Estou bem. E você?. – Perguntou e Dayane assentiu em uma movimentação rápida e positiva. –Veio buscar a Carol? Que gentil. – Falou e sentiu uma cutucada na costela que a fez morder a própria língua para não liberar um resmungo.

Mas não conseguiu conter o olhar bravo para a ruiva.

-É. – Respondeu Dayane com o cenho franzido.

Um amor tão obvioOnde histórias criam vida. Descubra agora