Dezessete

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Não gostei muito desse, mas...

***

Terça feira, e como se tornou rotina, Dayane se deslocava as exatas 8hrs em ponto a procura do seu café prometido. Vestia uma elegante camisa de gola que chegava na metade de seu pescoço exaltando seu estilo de uma maneira surpreendentemente descolada.

Ao mesmo tempo que parecia alguém descolada e explicitamente sapatão, lhe trazia um ar de responsabilidade e sensualidade sem igual. Carol não podia negar que até a pior roupa, na Dayane, ficaria incrível.

-Um café com menta. – A voz ecoou primeiro que a da Dayane quando chegou ao balcão.

A morena arqueou as sobrancelhas e abriu um sorriso tirando uma das mãos do bolso da calça para pegar a bebida fulminante que já estava sendo estendida em sua direção

–Como sabe que eu iria pedir isso?. – Dayane perguntou divertida bebericando da bebida como degustação e fechou os olhos parecendo se deliciar que a sensação lhe causava. Carol abriu um sorriso dando ombros começando a procurar outra coisa para fazer enquanto Dayane permanecia parada observando toda sua movimentação.

Percebeu isso depois que saiu do balcão para esvaziar uma mesa recém desocupada e percebeu o olhar da Dayane a seguindo até que estivesse novamente posta em sua frente.

–Você esperou cerca de cinco minutos parada somente para ter sua resposta?. – Carol perguntou vendo o olhar curioso da Dayane que afirmou a cabeça de maneira robotizada.

Carol abriu um sorriso derrotado achando aquilo tão desnecessário quanto engraçado. A forma que Dayane expressava seu bom humor causava confusão na Carol. Era um jeito...Day de ser. Diferente das pessoas que normalmente era rodeadas.

-Tá legal..– Murmurou se inclinando um pouco sobre o balcão. –..Você vem aqui toda terça e quinta por volta das 8 horas da manhã e sempre pede a mesma bebida. Costumo conhecer a rotina dos clientes. – Respondeu e Dayane pareceu aprovar sua resposta.

–Você espera por mim toda terça e quinta? –

Por alguma razão desconhecida, sua voz soou mais sedutora que o normal, como se quisesse insinuar algo. Carol franziu o cenho como se estivesse julgando sua pergunta sem nexo, mas não respondeu, talvez por achar que a resposta fosse óbvia o bastante para isso ou então não tão óbvia assim para não saber como responder.

Estranhou a expressão maliciosa que Dayane fez após a pergunta, levou o copo até os lábios e bebericou mais de sua bebida não desviando a atenção da Carol que achou graça daquilo que supôs que tivesse sido executado de propósito, e que por alguma razão conseguiu extrair uma risada boba dos seus lábios.

–Você vai querer mais alguma coisa? – Perguntou e Dayane negou com a cabeça tirando de trás da capinha do seu celular o dinheiro para pagar a bebida.

Carol seguiu em direção do caixa e destrocou o dinheiro voltando para entregar o troco a Dayane que guardou no mesmo lugar. Viu que Dayane permaneceu intacta no mesmo lugar ainda com a atenção voltada para a sua pessoa e não sabia o que achar daquilo, mas começou a sentir um desconforto.

– O que você ainda está fazendo aqui em pé? – Quis saber.

Levando em consideração que no estabelecimento havia algumas mesas vagas, Dayane poderia de locomover a uma delas e de acomodar, muito melhor do que ficar naquela posição fitando Carol como se ela não estivesse notando.

–Estou analisando uma coisa. – Disse parecendo realmente focada.

–Não me diga que está trabalhando para o IBGE e precisa recrutar informações minhas? –

Um amor tão obvioOnde histórias criam vida. Descubra agora