Vinte e dois

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–Dayane acabou de me mandar mensagem.-

A voz da Luísa ecoou do seu quarto. Carol imediatamente abriu a porta do banheiro seguindo apressadamente até a amiga.

–Ela disse que já está a caminho.– Terminou se dando conta do quão a ruiva estava exuberante e não conseguiu expressar de outra maneira sua admiração que não fosse abrindo a boca estática na cama.

–Estou bem?. – Perguntou Carol engolindo em seco e andando até a frente do espelho que pegava todo o seu corpo. Passou a mão por seu vestido preto de alça.

–Acha que eu deveria por um pouco mais de maquiagem? Tenho medo de parecer uma palhaça. Vem cá, cheira aqui. – Carol pediu esticando um pouco o pescoço para o lado. –Veja se eu estou fedendo. -

Passou horas pedindo a ajuda da Luísa para escolher qualquer coisa que fosse. O nervosismo a sucumbiu durante toda manhã, por pouco não conseguiu dormir por essa noite e não conseguia entender o porquê disso tudo. Já havia passado por poucas e boas com Dayane, um jantar não deveria lhe deixar tão.. vulnerável? Só torcia para não mostrar essa fragilidade na frente da morena. O vestido de seu corpo, foi a única peça de roupa que achou causal pra o momento, mas ainda estava insegura. Não o usava a muito tempo, e aparentemente ganhou corpo desde a última vez, isso fez com que a peça ficasse um pouco justa, mas Luísa alegou estar perfeito. Seu cabelo estava preso em um coque frouxo, porém firme. Uma verdadeira obra prima que Luísa conseguiu fazer em seu cabelo, deixando algumas mechas soltas propositalmente em seu rosto dando nitidez ao tom ruivo de seu cabelo em contraste com sua pele branca.

–Claro que você não está fedendo, Ca. Muito pelo contrário, passou quase uma hora tomando banho. Seu perfume é a única coisa que dá pra sentir nessa casa. – Luísa disse se aproximando na amiga e envolvendo seus ombros.

-Coloquei muito perfume, não foi? Sabia que deveria ter posto menos. Ela vai enjoar, não vai querer ficar perto de mim. Eu vou tomar outro banho e d.. –

– Caroline!. –Luísa exclamou segurando firme seus ombros e obrigando-a a encarar seus olhos.

–Você está começando a hiperventilar. – Avisou.

Só então a ruiva percebeu a dificuldade em respirar, pareceu de repente que havia acabado de correr uma maratona sem direito a pausa. Seu peito subia e descia e precisou engolir seco para entender o que a amiga queria avisá-la e aos poucos imitou Luísa que parecia instrui-la a imitar sua maneira de manter a respiração.

-Boa.. – Murmurou a loira. –Você está perfeita! Extremamente linda, está cheirosa na medida certa e a maquiagem está impecável. – Disse e Carol tentou relaxar os músculos. 

–Eu nunca te vi assim e nem sei se Dayane merecia tudo isso. Sabe? É a Day. A galinha que você conhece. – Lembrou e Carol cerrou os olhos parecendo refletir em seus palavras.

-É mesmo né?. – Perguntou Carol. –Acho que estou muito enfeitada para um jantar com ela. –

-Não é isso que eu quero dizer. – Disse caminhando novamente até a cama.

–É que vocês já se conhecem a um tempo. Já passaram por poucas e boas e não foi por essa Caroline preocupada se está vestida de uma forma que vai ou não agradar ela por quem ela está gostando. Ela vai ficar de queixo caído quando te ver, acredita em mim. – Palavras reconfortantes essas que foi muito melhor do que os tapas que se imaginou dando no rosto da ruiva para controlar seu nervosismo.

A ruiva afirmou com a cabeça olhando nos olhos claros da amiga que respirou fundo.

–Vamos esperar ela na sala. Vem. – Luísa pegou na mão da Carol e a conduziu para a sala onde a ruiva não conseguiu ficar parada e logo se dirigiu até a cozinha.

Um amor tão obvioOnde histórias criam vida. Descubra agora