Vinte

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-Não vou ganhar nem um beijinho de despedida? - Perguntou Dayane fazendo bico enquanto virava o rosto na direção da Carol. A ruiva se libertou do cinto de segurança e se voltou para Dayane com uma expressão indesejada.

-Não. - Respondeu.

-Que ótima namorada eu fui arranjar. - Resmungou Dayane baixinho. Dessa vez Carol foi forçada a liberar um leve sorriso no momento em que se esticava para alcançar sua mochila no banco de trás do carro.

-Namorada de mentira. E se tiver achando ruim, arrume outra da próxima vez. --

Dayane fez um bico triste como se Carol tivesse atingido um ponto importante e inquestionável. Mas sua expressão logo mudou quando viu que a ruiva iria deixar o carro.

-Espera. - Pediu se libertando do cinto e abrindo a porta do carro às pressas.

Carol ainda com a mão na maçaneta da parte interna do automóvel viu Dayane correr do lado de fora até a porta do passageiro na qual estava e abriu o carro por fora. Carol não entendeu o sentido daquilo, mas quando viu a mão da Dayane ser estendida em sua direção como apoio para se levantar, Carol revirou os olhos e encheu o peito de ar pronta para julgar o gesto galanteador da Dayane, mas suspirou se rendendo e pegando na mão estendida na sua frente para sair do carro.

-Não vejo necessidade, mas tudo bem. - Disse colocando a mochila nas costas.

-Só estava tentando ser gentil. - Deu ombros colocando as mãos nos bolsos da calça que estava vestida.

-Tchau, Day. - Se despediu e Dayane chegou perto, perto demais na opinião da Carol que sentiu o corpo travar não esperando por nada mas parecendo se preparar para o que estava por vir, até que relaxou os ombros quando os lábios da Dayane atingiram sua bochecha em um estalo rápido.

-Tchau, Carol. - Devolveu voltando ao carro.

Carol ainda não se acostumou em ser chamada pelo nome por Dayane, era uma bobagem, ela sabia disso, mas era inevitável não sentir a estremecida causada. Carol engoliu seco dando uma última olhada para Day antes de se virar e começar a subir as escadas que dava para o térreo de seu apartamento.
***

Um dia antes, Day e Carol voltaram para a casa na qual estavam hospedadas, na ponta dos pés subiram as escadas e finalmente chegaram no quarto. A casa havia ficado uma zona depois do grande jantar em família, todos estavam aparentemente dormindo.

Dayane fechou a porta atrás de si tentando fazer de tudo para ela não rancher. Assim que ficou ereta após concluir o ato, viu Carol se dirigindo ao banheiro. A morena então se viu no dever em preparar seu canto para dormir. Quando Carol terminou o banho, viu Dayane de quadro esticando o cobertor no chão. Tinha feito um amotoado de coberta próximo a lareira.

-Vai dormir aí? - Perguntou Carol parecendo aprovar a ideia.

Estava pronta para sair do banheiro e discutir com Dayane até a morte para que dormissem separadas, agradeceu por não precisar passar por esse perrengue e logo viu a morena afirmando com a cabeça ficando de pé.

-É né. Caso contrário, dormir seria a única coisa que não aconteceria nesse quarto. - Respondeu lançando um olhar malicioso encima da Carol que corou violentamente, mas gargalhou de maneira falsa enquanto se jogava na cama macia.

-Cuidado para o cabelo não pegar na lenha. -Brincou e Dayane assentiu seguindo para o banheiro.

Quando saiu, Dayane avistou Caroline deixando o celular encima do criado mudo ao lado da cama. Em silêncio, a morena seguiu até o chão perto da lareira. O frio começou a se desfazer de acordo com que a fogueira fazia brilhantemente seu papel.

Um amor tão obvioOnde histórias criam vida. Descubra agora