Vinte e três

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Caroline despertou de um sonho confuso pestanejando com os olhos em um espasmo que fez-a querer se mover na cama para acordar também os músculos, mas não conseguiu, algo pesado estava envolvendo seu corpo impossibilitando ele de executar qualquer movimentação.

Conseguiu virar somente a cabeça para observar o que era que pesava em seu corpo e percebeu Dayane. Parecia relaxada com o braço por cima de sua cintura, o corpo grudado no seu e parecendo se deliciar de um bom sono.

Estranhou o fato da morena ainda estar ali e logo passou a noite anterior por sua cabeça. Seus pensamentos se voltaram para uma única dúvida.

Se ela ainda estava ali, significava que tinham transado.

"Não é possível" pensou Carol maneando a cabeça em negação e a inclinou um pouco para saber como estavam. Pôde relaxar quando percebeu ambas com as mesmas roupas da noite anterior. Carol voltou a deitar a cabeça no travesseiro e seu corpo voltou a ficar relaxado, apesar da posição torta que se encontrava.

Dayane se moveu um pouco parecendo apertar mais Caroline contra seu corpo usando-a como um travesseiro.

Diferente do que normalmente seria sua reação, Caroline não falou nada. Nem se repreendeu em estar ali, somente aninhou seu corpo encaixado no da Dayane e voltou a fechar os olhos aproveitando daquela intimidade nada explícita. Carol não conseguiu mais voltar a dormir, entretanto, com os olhos fechados era mais fácil em catalisar as cenas da noite anterior. O sorriso aparecia em cada vez que sentia vontade em surtar de felicidade, isso ocasionou em diversos surtos internos.

Tinha passado muito tempo sem viver aqueles sentimentos e sensações.

Aquele frio na barriga, aquele nervoso de ansiedade em ver a pessoa e praguejar o tempo por demorar tanto para a ver e por passar tão depressa enquanto estão juntas. O jantar durou mais de cinco horas e não pareceu o bastante, muito pelo contrário. Lembrou do momento em que Dayane a conduziu até seu quarto e também quando subiu em seu colo. Apesar de ter feito o ato por estar alterada, no momento ainda tinha uma pitada de consciência e também vontade em estar justamente naquela posição, queria estar encima de Dayane, queria que ela não tivesse interrompido, mas agora, no dia seguinte com seu ser interinamente sóbrio, agredecia por nada ter feito com Dayane durante a noite e a ela que deveria dar total crédito por ter mostrado respeito.

Dizia muito sobre ela. Também comprovava o que Carol já imaginava.

A ruiva sentiu o braço da Dayane abandonar sua cintura e nunca se sentiu tão desamparada quanto daquela vez onde a recém sensação de abandono a tirou de todo seu transe. Atrás de si começou uma movimentação que fez Carol perceber que ela havia acordado.

–Você dormiu aqui. – Falou Carol ainda com os olhos fechados na mesma posição. Sua voz estava rouca e saiu mais grave que de costume.

Ficou alguns segundos sem obter nenhuma resposta e passou a dúvida em sua cabeça se a morena havia mesmo acordado. Abriu os olhos e a viu sentada na cama com a cabeça baixa coçando os olhos. Parecia tentando raciocinar as coisas.

–Desculpe. – Pediu com a voz falhada parando de coçar os olhos para encarar a ruiva ainda deitada na cama. –Você me pediu para ficar até você pegar no sono, acabei pegando também. – Lamentou e Carol abriu um sorriso amassado também se sentando.

-Tudo bem. – Murmurmou. –Ai meu Deus!!. – Exclamou tampando o rosto.

–O que?. – Dayane perguntou se alarmando.

–Eu devo estar horrível. A maquiagem está toda borrada e estou com o rosto todo amassado e t..-

–Fica tranquila. Estamos na mesma situação, princesa. – Tranquilizou com o tom de voz calma, até demais.

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⏰ Última atualização: Jul 12, 2023 ⏰

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