CAPÍTULO 11

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POV BRENDA

Continuo sentada olhando para o nada. Levo minha mão até meus lábios me perguntando se isso realmente aconteceu ou se foi só um delírio da minha cabeça por querer muito senti-la novamente.

Pisco algumas vezes voltando a realidade. Sinto o encostar suave da sua boca na minha, nossos lábios ainda tem o mesmo encaixe perfeito da mesma forma que eu ainda recordava. Começo a rir sozinha feito uma idiota.

Ela me beijou!

Fico um tempo ali, perdida, entorpecida pela droga chamada Emilly. Após o que me pareceram séculos pego meu notebook e decido ir trabalhar na cozinha. Preciso ver algumas coisas antes de fazer o almoço, principalmente, preciso distrair minha cabeça depois do que acabou de acontecer.

Eu e Sofia trocamos mensagens para que ela possa me explicar o que aconteceu com nosso carregamento de celulares. O qual está mais que atrasado. Paço e repasso tudo, cada linha, cada folha, cada nota fiscal. Está tudo certo, não entendo por que não o liberaram para nós.

Ligo para nosso fornecedor e o mesmo diz que não é nada com a papelada. O caminhão ficou preso em algum lugar e eles precisam verificar toda a papelada antes de liberarem. O que significa que ele só vai ser liberado daqui a três dias no mínimo.

Repasso tudo para minha secretária que também não acredita nisso. Decido não falar nada para ela sobre a Emilly, pelo menos não agora no seu horário de trabalho. Ela vai ter um chilique.

Fecho o notebook dando o dia de trabalho por encerrado.

Levanto indo até os fundos da casa. A brisa do mar me atinge em cheio assim que meus pés tocam a areia. Era disso que eu precisava.

Olho toda a praia na esperança de ver ela correndo. Mas minha visão não a vê em lugar nenhum.


POV EMILLY

Quando entro na cozinha vejo a Brenda já acordada. Fico surpresa, é o segundo dia que ela acorda primeiro que eu.

- O que está fazendo?. - Pergunto um pouco desconfiada.

Ainda não sei como me comportar depois de ontem. A gente não tocou no assunto o dia inteiro. Para variar tive pesadelos nas últimas três noites, o que bagunçou meu sono novamente.

- Café da manhã. - Ela fala simples. Sento na bancada onde ela me serve uma xícara de café. Esfrego meus olhos quando os sinto arderem. - Tudo bem?. - A encaro piscando algumas vezes. Parece que meus olhos têm um caminhão de areia. Apenas assinto. - Certeza?. - Ela para o que faz para me observar mais atentamente.

- Sim, só não dormi direito. - Tento fazer algumas coisas no celular para tirar o foco dela. Pego uma liga e prendo meu cabelo em um rabo de cavalo. Aparentemente a distração funciona, ela volta a servir nosso café.

- Quer me falar por que não tem conseguido dormir?. - Levo a xícara de café até os lábios onde bebo um pouco do liquido.

- Não é nada de mais. - Ela continua me olhando. Eu sei que deveria falar a verdade, ela foi tão sincera comigo, o mínimo que eu deveria fazer é ser também. Mas eu não consigo agora. - É apenas insônia. Não se preocupe.

Nosso café corre silencioso, a todo tempo a pego me encarando. É até engraçado ver ela tentando disfarçar quando a pego no flagra.

Quando levanto ela faz o mesmo.

- Vou correr com você. - Paro no mesmo lugar. Desde quando ela corre?. - Quero ter uma vida mais saudável. - Ela da de ombros.

...
Diminuo meus passos e olho para trás. Brenda está curvada segurando os joelhos, tentando retomar o ar para os seus pulmões com dificuldade.

A irmã do meu namorado. ( 2° temporada )Onde histórias criam vida. Descubra agora