CAPÍTULO 16

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Não é meia noite ainda, então estou cumprindo com nosso acordo, certo? Kkkk

Tenham uma boa leitura!


– Como assim? – Dou uma de desentendida.

– Você sabe do que estou falando. – Me remexo desconfortável. – Eu sei que tem alguma coisa acontecendo com você, ou que algo aconteceu. Mas quero saber de você o que é.

– Brenda, é um pouco mais complicado do que possa parecer. – Mexo na área sobre minhas pernas. – Você não entenderia.

– Eu entenderia sim. Todas as vezes que você disse que eu não entenderia alguma coisa, no fim eu sempre entendi.

Um riso escapa de mim, pois é verdade. Eu sempre a subestimei em relação a essas coisas, sempre achei que ela não fosse capaz de enteder determinadas coisas que aconteciam comigo, mas ela sempre entendia.

Não só entendia como também me acolhia, me aconselhava e permanecia do meu lado. No fundo eu sei que se não tivéssemos terminado, se eu tivesse falado o que realmente estava sentindo, o que realmente estava acontecendo, ela teria entendido. Teria me dado o espaço que eu precisava, teria me ajudado de alguma forma ou teria dado um jeito de me ajudar.

Ela sempre dava um jeito em tudo.

A vontade de chorar me invade, minha garganta queima, mas é preciso. Ela precisa saber o real motivo pelo qual fui embora.

– É que... – Seu celular toca. Ela continua me olhando e não dá atenção para o aparelho. – Atende, pode ser importante.

– Nada é mais importante do que você agora.

– Por favor, atende. Eu não vou fugir, a gente continua nossa conversa daqui a pouco.

Ela pega o aparelho para conferir quem é, e pela sua cara é realmente importante.

– É meu pai. – ela franze as sobrancelhas. – Ele nunca me liga desse número. Só um minuto, já volto. – Ela levanta e vai em direção a casa.

Meu coração desacelera. Essa conversa vai ser realmente bem mais difícil do que imaginei. Me jogo na areia um pouco mais aliviada por adiarmos isso por alguns minutos, assim posso me preparar melhor.

Deveria me envergonhar, sou tão boa em escutar as pessoas, em ajudá-las, mas por que tem que ser tão difícil quando se trata de ME ajudar?

Brenda não volta depois de dez minutos, então decido ir pra casa. Entro na casa a prora dela, escuto um barulho vindo do andar de cima. Subo devagar, ela fala alto no celular.

Deve ser algum problema na empresa, prefiro não interromper. Vou para meu quarto, tiro a pouca maquiagem do meu rosto, indo logo para o banheiro. Tomou um banho rápido e visto um pijama de short e blusinha de maga.

Nenhum sinal dela, acho que a coisa era séria mesmo. 



POV LUCAS

As coisas andam menos estranhas agora, mesmo tomando meus remédios diariamente sinto que tudo está voltando ao normal.

Meu pai tem conversado mais comigo, tem me dado um pouco mais de atenção. Assim como minha mãe, ela tem cuidado de mim, da minha alimentação, mas a três dias ela tem afrouxado as rédias. Tem me deixado sair com frequência, o médico liberou exercícios ao ar livre, e fazer pequenas coisas simples.

Me sinto bem. Embora alguns fleches de memórias ainda se façam presentes, são bem menos que antes. Mas eles ainda estão aqui. Ninguém me fala o que realmente aconteceu, minha mãe diz que tenho que esperar o momento certo, não tenho outra opção.

Ainda não vi minha irmã, ela está de férias em algum lugar. Queria falar com ela, talvez ela pudesse me falar, me explicar o que realmente aconteceu, o porque preciso fazer esse tratamento. O que aconteceu de tão grave para que eu precise tomar tantos remédios para esquecer de tudo.

E a Emilly, nenhum sinal dela. Passei algumas vezes pelo mesmo parque que a vi naquela semana, mas nenhum sinal. Não sei onde ela mora agora, então não posso encontra–la.

Desso as escadas com meu livro nas mãos, meu pai chegou faz pouco tempo do trabalho, está tomando banho para irmos jantar.

Tem dois celulares na mesinha de centro na sala. O médico ainda não liberou aparelhos celulares, nunca fica ao meu alcance e quando vejo sempre está com minha mãe ou com meu pai. Mas agora não tem ninguém aqui.

Já vi me pai com esses dois. E se eu...

Não, não posso retroceder no meu processo, não quero voltar para aquele lugar.

Mas seria só um minuto. Ninguém iria perceber não é mesmo?

Pego o aparelho e subo as escadas correndo, entro em meu quarto e fecho a porta com uma cadeira, não tenho a chaves da porta.

Procuro pelo número da Emilly, mas não acho nada, nenhum número, nenhuma mensagem. Então procuro o da Brenda, e dessa vez tenho mais sucesso, acho seu número, anoto rapidamente em um papel e o guardo dentro do livro.

Vejo sua foto de perfil. Não lembro dela ser tão bonita assim, é minha irmã encrenqueira, mas é linda, puxou a beleza da minha mãe, isso temos que admitir.

Aperto no pequeno aparelho abaixo da sua foto onde indica "ligar", levo o aparelho até o ouvido e espero. Alguns segundos se passam e tenho certeza que ela não vai atender. Mas ela atende no último toque.

– Alô, pai? Está tudo bem?. – Fico em silêncio, por algum motivo sua voz faz meu estômago revirar.

– Brenda?. – Silêncio. – Sou eu? O Lucas! – Mais silêncio. – Por favor, fale comigo. Eu preciso da sua ajuda. – Tenho a impressão caiu, olho o aparelho, mas ainda está em chamada.

– O que você está fazendo com esse celular?. – Sua tom de voz não é nada gentil. – Por que diabos está me ligando?

– Eu sai da clínica, procurei em todo lugar por você, mas não encontrei. Eu preciso muito falar com você.

– Eu não tenho nada para falar com você, devolva agora esse celular para o papai. – Ela praticamente grita a ordem. O que diabos?. – Sinto muito que você tenha saído de lá, você deveria ter mofado naquele lugar.

Franzo minhas sobrancelhas.

– O que eu fiz? Por que está me tratando dessa forma?

– O que você fez? O que você fez? – Sua gargalhada sarcástico me deixa um pouco bravo, não entendo o por que dessa reação. – Não se faça de louco, por nós sabemos que isso você realmente já é. – Arregalo meus olhos.

– Eu não lembro o que aconteceu, de alguma forma os medicamentos que me dão não me deixam lembrar de nada. – Mais silêncio, mas consigo ouvir sua respiração acelerada do outro lado. – Brenda, eu juro que se eu lembrasse eu não estaria te ligando. Eu tentei falar com a Emilly, mas...

– Como é? – Dessa vez ela grita. – Não ouse chegar perto dela, nem pense em procurar por ela. Você não deveria nem pensar nela. Se você se aproximar dela, Lucas. Eu mesma vou matar você, entendeu?

– Mas... – Meus olhos enchem de lágrimas. – O que eu fiz de tão grave assim? – Minha voz embarga.

– Se você realmente não sabe, eu vou te falar. Você tentou m...

A porta do meu quarto se abre com tanta violência que tiro o celular do ouvido na tentativa inútil de esconder o aparelho.

– Lucas, o que você está fazendo com esse celular?

Meu pai entra como um furacão e tira o aparelho de mim. Ele olha a chamada e torço para que já tenha sido encerrada. Mas para o meu azar ela não está.

– Brenda, querida? – Ele suspira. – Me desculpe por isso, eu não sabia. – Me olha com desprezo. – Converso com você depois. – Ele aponta pra mim e sai.















               Até o próximo capítulo ❤️

A irmã do meu namorado. ( 2° temporada )Onde histórias criam vida. Descubra agora