CAPÍTULO 22

828 79 19
                                    

POV BRENDA

Sei que ela não está mais na cama antes mesmo de abrir os olhos.

Seu cheiro está presente em todo quarto, daria qualquer coisa para acordar e tê-la ao meu lado, pelo menos uma vez.

Levanto indo direto para o banheiro, faço minha higiene matinal e desço para prepararmo nosso café. Ainda é cedo, não passa das oito horas, então provavelmente ela saiu pra correr.

Faço meu café e espero ela chegar, mas ela não chega. Talvez ela tenha estendido a corrida hoje, entendo que todas as informações que ela recebeu foi de mais para digerir tudo de uma única vez.

Tomo café e volto para meu quarto. Tento dormir mais uma vez, queria esperar ela chegar mas desisto e caio no sono.

Quando acordo já se passam das onze horas, provavelmente ela já deve estar em casa. Desço para a cozinha, mas ela não está. Nem na sala, nem na praia ou área da piscina.

Meu coração acelera, ela pode estar dormindo, pode ter chegado e ido para seu quarto, assim como eu, pode ter caído no sono. Não gosto que ela durma sozinha desde que ela me disse sobre os pesadelos.

Subo as escadas afim de encontrá-la dormindo, abro sua porta colocando a cabeça dentro do cômodo. Nada dela, sua cama está arrumada, o quarto está totalmente arrumado. Pelo menos sei que ela passou por aqui, ontem não estava assim, tinha algumas coisas jogadas, outras espalhadas por qualquer lugar. E...

Pera! Não tem mais nada dela espalhado pelo cômodo.

Abro totalmente a porta entrando no cômodo. Seu livro não está mais na mesinha de cabeceira, sua escova de cabelo, secador, chapinha e acessórios também não estão na penteadeira.

Não!

Vou até o banheiro, sua escova não está na pia, seu shampoo, condicionador não estão mais no boxer.

Não! Por favor, não!

Então vou ao lugar onde terei a certeza. Abro o closet e ele está vazio. Nenhuma roupa, mala, notebook, sapatos.

Nada!

Absolutamente nada que indique que um dia ela tenha pelo menos passado por aqui.

Sinto meu coração se despedaçando em meu peito mais uma vez. Sinto que está acontecendo tudo de novo, eu sabia que tinha alguma coisa errada. A hesitação no seu olhar na noite passada, a forma como me pediu para fazermos amor. Eu deveria saber, droga Brenda.

Ela estava se despedindo.

Mas por que? Por causa do Lucas? Por que soube que ele está solto?

Talvez tenha decidido se afastar mais uma vez por medo, ficar perto de mim faria com que revivesse tudo novamente. Fugir é mais fácil do que encarar a realidade, é mais fácil do que lutar por nós.

Minha garganta arde, mas não vou chorar. Me recuso a fazer tal coisa. Meus punhos se fecham e engulo o nó em minha garganta.

Uma mensagem, Emilly ou a droga de uma carta, um bilhete. Qualquer coisa, era só isso, e eu tentaria enteder mais uma vez, eu juro que tentaria se você tivesse tido a mínima consideração de avisar que estava indo embora.

Tenho vontade de gritar, colocar pra fora tudo que estou sentindo, toda a raiva, mágoa, decepção, toda a tristeza que se acumula em mim aos poucos.

Não ficarei aqui nem mais um segundo. Saio do quarto o mais rápido que posso, fecho a porta atrás de mim, me escoro na madeira fria respirando fundo. Tenho que me controlar. Respira, Brenda.

A irmã do meu namorado. ( 2° temporada )Onde histórias criam vida. Descubra agora