CAPÍTULO 9

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...
Abro os olhos rapidamente e estou na sala de cinema, a tela ainda está ligada, mas agora passa outro filme. Olho para os lados a procura da Brenda, mas ela não está mais aqui. Minha cabeça não está mais apoiada em suas pernas e sim em uma almofada.

Será que estou sonhando de novo?

Sento esfregando os olhos. Penso em levantar, mas a porta abre me dando um susto. Brenda entra por ela segurando uma bandeja.

– Conseguiu descansar?. – Minha cabeça está um pouco atordoada. Pisco algumas vezes espantando o sono, meu corpo está relaxado, descansado. Não, não é um novo pesadelo. É real, ela é real é tudo real ao meu redor.

– Quantas horas eu dormi?. – Pergunto sentando em posição de índio no sofá, enquanto ela coloca a bandeja a minha frente.

– O dia inteiro. Você realmente estava cansada. – Como assim o dia inteiro?. Continuo olhando para ela. – Já são sete horas da noite.

O que?

Não lembro a última vez que dormi tantas horas seguidas sem interrupções. Me sinto ótima, parece que o peso de anos sumiram de minhas costas.

Brenda desce para pegar mais uma bandeja com seu jantar.

A noite se resume nisso. A gente janta na sala de cinema em uma conversa casual. Brenda faz questão de levar as bandejas para a cozinha e não me deixa ajudar a lavar a louça já que dá última vez eu lavei sozinha.

Deito novamente na almofada tentando assistir um pouco do filme... Mas.

Não lembro de ver a Brenda voltar. 

POV BRENDA

Lavo a louça, logo arrumando toda a cozinha. Fico mais alguns minutos pelo o cômodo, aproveitando para fazer um café.

Tudo isso ainda é tão surreal. A Emilly sempre dizia que nós estávamos destinadas desde sempre. E por muito tempo eu acreditei nisso, que nós nascemos uma para a outra, que nossa ligação não poderia ser quebrada. O que tínhamos não poderia ser explicado por ninguém.

Mas realmente parecia ter acabado. Ela mesma falou que nosso amor já não era mais o mesmo, mas não era verdade, por que eu ainda a amava loucamente.

Eu tentei organizar minha vida sem ela, tentei ser a profissional que sempre sonhei, ser o orgulho do meu pai. Por um tempo até consegui. Mas alguma coisa faltava, tinha um vazio, uma lacuna a ser preenchida.

E eu tentei. Tentei como uma desgraçada seguir uma vida normal.

Estando aqui com ela eu não quero essa vida, eu não quero uma vida calma, tranquila. Não quero uma vida organizada e perfeita. Eu quero ela.

Quero o conturbado, quero a desordem, quero a agitação de estar com ela. Quero acabar um dia de trabalho e encontrá-la. Por que era ela que faltava, sua ausência era meu vazio.

É dela que eu preciso para me sentir completa novamente.

Quando volto para a sala de cinema ela está dormindo novamente. Não sei o que está acontecendo, o que está tirando seu sono, mas farei de tudo para que ela recupere sua paz. Vou até meu quarto e pego um lençol para cobri-la.

Deito ao seu lado, observando sua expressão agora bem mais serena e tranquila. Levo minha mão até seu cabelo com cuidado para não acorda-la. Um sorriso se forma em meus lábios enquanto fico velando seu sono.

...
Acordo na manhã seguinte em um completo escuro. Passo a mão pelo sofá, mas ela não está mais lá. A grande tela está desligada, com certeza a Emilly desligou antes de sair.

A irmã do meu namorado. ( 2° temporada )Onde histórias criam vida. Descubra agora