CAMISA 11

18

O DOMINGO CHEGOU e certamente minha ansiedade veio junto com ele, acordei bem cedo e já fui ajeitando o meu quarto, também avisei novamente meus pais e meu irmão, Tobio achava essa situação esquisita e ficou todo bravo, mas eu não liguei muito apenas ri bastante.

Uma hora antes do combinado fui tomar um banho e me arrumar, também arrumei minha bolsa, fiz tudo que precisava.

Recebi uma mensagem do loiro azedo dizendo que havia saído de casa e estaria aqui em 15 minutos, fiquei esperando ele na varanda e quando o vi se aproximando desço as escadas rapidamente, fechei a porta levando a minha chave e assim que o encarei frente a frente percebi que ele estava diferente. Suas vestes eram mais casuais, mas não refletia sua personalidade, ele era tão egocêntrico que não imaginei o ver com tais roupas. Ele vestia uma camiseta verde escura com um dinossauro bem pequeno no canto do ombro e uma calça de moletom preta, usava um al star também preto e parecia mais relaxado.

— Vamos? - ele perguntou e eu assenti. Começamos a andar e aquele silêncio me incomodava bastante, era constrangedor e eu queria falar com ele.

— Já separou as matérias? - puxei assunto.

— Sim, achei melhor separar antes, algum problema?

— Nenhum, podemos passar nessa loja?

Era uma loja de conveniência bem pequena, eu não tinha pensado em passar, mas passou uma ideia de comprar doces e decidi perguntar para Kei.

— Pra que? - ele fez careta. — Eu testei uma receita, tem coisa lá em casa.

— Uh, não sabia que cozinhava. - ri baixo.

— Você não sabe nada sobre mim.

— Sei sim. - afirmei confiante atraindo o olhar de Kei. — Sua arrogância é apenas uma máscara com a tentativa de esconder seus sentimentos verdadeiros, você tem muito medo de ser sincero e sentimental e por isso não diz o que realmente quer ou sente.

Ele continuou me olhando e parou de andar, seus olhos pareciam irritados e provavelmente ele me odiava agora, eu me mantive neutra, certamente eu havia acertado e sabia disso, Kei desde de que o vi ele me parecia falso ou mentiroso, embora suas atitudes mostrem que ele quer ser sozinho, eu não consigo confiar em toda essa arrogância que ele demonstra, ele só parece quebrado pra mim.

— E você tem certeza do que diz? Pois está errada. - ele forçou um sarcasmo mas foi péssimo. Continuamos caminhado até chegamos na casa de Kei, um pequeno quintal e na entrada havia uns vasos com flores lindas, assim que entramos deixamos os sapatos, a casa parecia estar bem vazia, mas foi a porta fechar que escutamos uma voz animada.

— Tsuki! Finalmente chegou! - um homem loiro e alto apareceu em nossa visão, ele parecia o Kei porém mais velho. — Opa, não sabia que tinha uma namorada. - ele riu ao falar. Mas eu não ri e muito menos Kei, minhas bochechas queimaram e provavelmente estavam vermelhas, dei um passo para trás tentando me esconder de toda essa bagunça e nem olhei para o loiro azedo, abaixei minha cabeça e fiquei quieta.

— Não somos namorados, ela veio fazer um trabalho de escola, Akiteru. - Kei soou indiferente. Me puxou pela blusa que eu usava e me arrastou para as escadas, subimos e ele abriu uma porta que provavelmente era a do seu quarto, e cara... Minha visão sobre Tsukishima mudou totalmente, o quarto dele era um poço de nerds, milhares de bonecos de dinossauros, um computador bem gamer e alguns posters, havia uma pequena mesa no centro com livros e cadernos que ele provavelmente separou para estudarmos.

— Seu quarto é nerd nerd nerd mesmo! - falei rindo. — Não imaginei que fosse assim. Gosta mesmo de dinossauros né?

— Prefiro eles ao invés da humanidade.