Emma
— Aceita algo para beber? — perguntei assim que fechei a porta atrás de mim. Regina parecia prestar atenção nos detalhes que compunham a sala de estar — Água, suco, vinho… Algo mais forte? — desviou seus olhos da decoração e me olhou, sorri e ela me acompanhou.
— Acho que aceitarei o algo mais forte — sorrimos um pouco mais e eu assenti — Sua casa é linda, Emma! E parece ser bem aconchegante. Parabéns!
— Obrigada, Regina! — agradeci sinceramente e segui em direção a cozinha, tendo Mills logo atrás de mim. Alcancei minha mini adega ao lado do armário da pia e peguei duas garrafas; uma de vodka e uma de conhaque — Boa escolha, Mills! — brinquei após Regina apontar para a garrafa de conhaque. Guardei a garrafa de vodka no lugar, coloquei algumas pedras de gelo nos copos que eu havia pego e voltei até a bancada para nos servir — Que nunca falte! — desejei erguendo o copo e fazendo a morena me acompanhar num brinde.
— Que nunca falte? — perguntou após o seu primeiro gole.
— Normalmente, os brindes são direcionados a algo específico, mas Lily e eu criamos a tradição de brindar pedindo que nunca nos falte nada, daí a frase. Os verdadeiros desejos sempre estão em nosso coração.
— Você tem um bom ponto, Swan! — sorrimos e bebemos mais um gole.
— Vamos falar do que te fez ficar com aquela carinha de cachorro abandonado lá no bar ou você prefere ignorar o assunto? — perguntei após alguns instantes em silêncio.
— Em que momento, exatamente, passamos a saber quando a outra não está bem, apenas pelo olhar? — perguntou em tom sério, mas com um sorriso claro na voz.
— Acho que em algum momento entre as arquibancadas e o fumódromo — rimos.
— Aquele sempre foi o nosso bar, sabe… — enquanto falava, Regina brincava com a borda do copo e seus olhos se mantinham distantes — Conhecemos ele assim que terminamos o ensino médio e ele passou a ser o nosso ponto de encontro. Ruby, Zel e eu usávamos ele para tudo. Comemoramos lá quando fomos aceitas na faculdade e depois das primeiras provas também — sorriu, me fazendo acompanhá-la — Conhecemos a Fiona em uma das noites que viramos lá e logo nos tornamos amigas. A Zel e a Rubs já moravam juntas num apartamento, porque de acordo com elas, precisavam da experiência completa, mas precisavam de mais alguém para dividir as despesas e a Fiona foi a escolhida — era nítida a confusão de sentimentos que Regina sentia ao me contar tudo aquilo. Tomamos mais alguns goles e logo ela voltou a contar — Depois de alguns meses, me juntei a elas. Meus pais se mudaram e eu não queria mais ficar sozinha, minha casa era enorme.
— Deve ter sido uma experiência e tanto dividir um apartamento com mais três pessoas — comentei, tentando deixar o clima da nossa conversa um pouco menos denso e pareceu funcionar, pelo menos por alguns instantes.
— E realmente foi! — concordou — Zelena e Fiona viviam se estranhando por qualquer motivo. Duas mulheres de gênio forte.
— Mas e você, a Ruby?
— Eu acabava me envolvendo às vezes, mas nunca ia até o final. Digamos que eu não tinha muita paciência para as discussões delas e sempre deixava uma das duas falando sozinha — rimos — Já a Ruby raramente se envolvia, ela costumava deixar elas se acertarem sozinhas. Ela sempre foi muito neutra em algumas situações e continua assim.
— Agora eu sei quem foi a responsável por manter você e a Zelena tão próximas até hoje, mérito total de Ruby Lucas — ela assentiu e logo se entregou à risada outra vez.
— Ela sempre fez um bom trabalho! — pareceu pensar um pouco, como se organizasse suas lembranças e voltou a falar — No segundo ano da faculdade, eu conheci a Kristin. Não posso negar que ela era uma mulher muito bonita e atraente, mas eu estava focada demais nos meus estudos e acabei não dando muita bola pra ela. Ela não desistiu, me atormentou até que eu aceitei sair com ela e então começamos a namorar. Parecia o relacionamento perfeito e por um tempo eu achei que realmente era.
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Ameixas & Maçãs
FanfictionDuas mulheres intensas, com a capacidade de sentir tudo da forma mais profunda possível. Dois sorrisos que não se abrem mais como antigamente. Dois corações vivendo em profundo sofrimento. Dois caminhos que se cruzam. Duas segundas chances que surge...