Patience

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Regina

Meus pais já haviam ido embora, então estávamos apenas Emma e eu deitadas no tapete da minha sala, enquanto ouvíamos algumas músicas. Vez ou outra fazíamos comentários ou nos lembramos de algo que aconteceu durante o dia. Mas, na maioria do tempo, apenas ficamos ali, cantarolando as músicas ou cantando-as a plenos pulmões. 

— Obrigada pelo dia que tivemos hoje, Emma! — falei entre uma música e outra. 

— Eu quem tenho que agradecer, Regina! — sua voz estava baixa — E não só por hoje, na verdade. As coisas têm sido um pouco menos complicadas desde que você chegou. Junto com você e tudo o que me proporciona, veio Ruby, Zelena e agora os seus pais. 

— Você gostou mesmo deles, né? — a loira assentiu, enquanto em seu rosto, um sorriso largo se formava. 

— Sim! — pude ouvir seu suspiro profundo — Eles são maravilhosos! Eu já esperava isso, até porque são seus pais. Mas eles foram bem além das expectativas.

— Devo admitir que até mesmo eu fiquei impressionada — Emma me olhou surpresa — Eu os conheço, sabia que seria uma boa recepção, mas não imaginei que iriam recebê-la de braços tão abertos, como receberam. Principalmente minha mãe. 

Era clara a leve confusão que pairava nos olhos de Emma e eu a entendia, é claro. No dia anterior eu estava acalmando-a em relação aos meu psi e hoje, logo após conhecê-los, eu estava dizendo estar surpresa com a recepção que ela havia recebido.

— Eu esperava cordialidade, mas não imaginei que iriam acolhê-la. Tive apenas uma experiência dessa com eles e não foi muito boa. Dona Cora passou o jantar inteiro direcionando indiretas para Kristin e meu pai tentando amenizar as coisas — ri sem vontade ao me lembra de que, se tivesse prestado atenção nos detalhes que minha mãe me expôs em relação a minha ex, muita coisa poderia ter sido poupada — Mas estou feliz por ter sido como foi. Eles realmente gostaram de você e até te consideram da família já, isso é ótimo para os meus planos.

— Quais são os seus planos, Regina?

— Passar o resto da vida ao seu lado, Emma! — um sorriso leve surgiu em seus lábios, me causando um leve formigamento no peito. Era sempre assim que acontecia. Emma me causava as sensações mais intensas e profundas possíveis. 

— Esse também tem sido meu plano, Regina, e devo admitir que saber que seus pais me receberam bem, me alivia e muito — ficamos deitadas ali, em silêncio e apenas sentindo nossas mãos se aproximarem cada vez mais e o nosso calor ser compartilhado — Às vezes parece um pouco surreal que estejamos vivendo tudo isso, sabe. Parece que foi ontem que toda a minha vida mudou e que eu me encontrei sem chão. Eu não tinha muita perspectiva das coisas, não desejava nada além de conseguir amenizar minhas dores e seguir a vida da melhor forma possível. Nunca imaginei chegar onde estou, muito menos vivendo o que estou vivendo.

Senti a respiração de Emma mudar levemente e tinha certeza de que seu coração estava acelerado e que em seu olhos, as lágrimas já queimavam prontas para encontrar um caminho em suas bochechas. 

— Eu não esperava me apaixonar outra vez, muito menos me entregar a esse sentimento. Não esperava encontrar alguém como você, Regina — Emma virou seu corpo de frente para o meu e eu fiz o mesmo, deixamos nossos olhos se encontrarem, fazendo com que tudo o que sentíamos fosse expresso ali, naquela troca de olhares intensa e tão nossa. 

Era inegável as coisas que estávamos compartilhando e o quanto tudo aquilo fazia bem a nós duas. Estávamos em um processo de cura e redescoberta ao mesmo tempo em que tentávamos não nos deixar levar por todo aquele arroubo de sentimentos em nossos corações. Senti um sorriso começar a se formar em meu rosto e algumas lágrimas se fazerem presentes em meus olhos. 

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