My Heart Will Go On

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Emma

A noite de sexta não havia sido fácil. Meus pensamentos seguiam agitados, tentando negar tudo o que o meu coração já sabia sentir. Era confuso demais estar com tudo aquilo dentro de mim e não saber o que fazer.

Tentei fechar os olhos e dormir, mas sempre que o fazia, os olhos castanhos brilhavam intensamente na minha cabeça. Tanto os de Regina, quanto os de Lilith. Todos os sentimentos que sentia por ela, estavam gritando dentro de mim e os momentos que havíamos vivido juntas pareciam passar em alta velocidade pela minha mente. Mas, ao mesmo tempo, eu sentia meu coração bater forte pela professora de física.

Passei a noite tentando entender e compreender tudo aquilo, mas não encontrava respostas. Não havia respostas. Eu estava apaixonada por Regina Mills, mesmo ainda amando Lilith Page.

O sábado amanheceu extremamente silencioso do lado de fora, contrastando completamente com o meu interior. Eu precisava colocar para fora. Precisava conversar com alguém e tentar colocar em palavras tudo o que eu não conseguia entender e processar, mas a única pessoa com quem eu me sentia confortável para isso, era a causadora de toda aquela confusão dentro de mim. Não poderia conversar com ela. Pelo menos não ainda. Não antes de saber com todas as nuances como lidar com aquilo.

Bufei frustrada, tentando pensar nas opções que eu tinha e perceber que elas eram quase nulas. Eu não fazia ideia do que poderia fazer, muito menos com quem poderia conversar. Eu gostava muito da Rose, mas sentia que, além de não conseguir me abrir com ela como eu precisava, ela não conseguiria me ajudar. Ruby, apesar de estar mais próxima a mim, era amiga antiga de Regina, não seria justo envolvê-la nisso.

De repente, um estalo se fez em minha mente e eu me lembrei de algo. Um pouco antes do acidente, Lilith havia me dado o cartão de uma psicóloga. Elas não eram muito próximas, mas os profissionais da área costumavam ter um certo grau de contato, justamente para momentos como aquele. Caminhei até a minha bolsa e tirei minha carteira de lá, implorando internamente para o cartão ainda estar ali e eu realmente ter a chance de fazer o que tanto precisava. Soltei o ar com força quando, após procurar nos pequenos compartimentos, encontrei o cartão que procurava.

Débora Barcellos.

Disquei o número que estava no cartão e torci para que ainda funcionasse, eu precisava daquilo. E já precisava há um tempo, mas algo sempre me travava. Por algum motivo, eu não conseguia pensar na possibilidade de me aproximar de um profissional da psicologia. Cinco toques depois, eu já estava pensando em desistir, mas a voz do outro lado me impediu.

Débora Barcellos! — fiquei estática por alguns momentos, tentando pensar no que falaria — Alô!

— Alô! Me desculpe! — respirei fundo — Eu me chamo Emma Swan e gostaria de saber se você ainda atende como psicóloga.

Atendo sim, senhorita Swan, mas apenas pessoas específicas — respondeu, diminuindo a minha expectativa de que aquilo daria certo.

— Ah, certo… — um breve silêncio se fez. Eu não sabia ao certo o que estava esperando, mas também não conseguia desligar.

Onde conseguiu meu contato? — puxei o ar com força, não queria falar sobre aquele assunto pelo telefone, mas talvez se dissesse realmente de onde veio, ela pudesse me dar uma chance.

— Com a minha falecida esposa… Lilith Page — esperei sua resposta, mas por alguns instantes ela não veio.

Meus sentimentos, Emma! — senti um leve incômodo, mas preferi não dizer nada e apenas esperar que ela continuasse, se assim fosse fazer — Eu normalmente só atendo durante a semana e pessoas específicas, mas como você foi indicação de uma profissional excelente e tão querida entre nós, posso abrir uma exceção. Qual o melhor dia para termos nossa conversa?

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