Beautiful - Marillion

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Regina

Apesar de não acreditar muito que Emma ficaria bem, eu não poderia fazer nada se a loira não me permitisse tal coisa.

Soltei a respiração que estava presa e olhei em volta, tentando organizar meus pensamentos e me situar. Eu estava sozinha no teatro e, muito provavelmente, logo ficaria sozinha na escola também. Suspirei e decidi ir embora, afinal não tinha muito mais o que fazer ali. 

Segui até a sala dos professores, juntei minhas coisas e fui embora, tentando me focar em outras coisas que não fossem Emma Swan fugindo do teatro e a sua voz embargada ao telefone. Eu lhe daria o espaço necessário, mas não conseguiria ficar muito tempo distante, muito menos aguentaria esperar até segunda-feira para conversarmos. Até o final daquele fim de semana, eu a veria novamente. 

******

— Achei que chegaria um pouco mais tarde! — foi a primeira coisa que eu ouvi, assim que a porta foi aberta. 

— Estava sem fazer nada em casa e muito ansiosa para conhecê-lo, resolvi vir logo. Espero não estar atrapalhando! — respondi Mary enquanto adentrava sua casa e deixava minha bolsa e casaco próximos a porta. 

— Você não atrapalha, Regina! Pode ficar tranquila! — seu sorriso era radiante — Será ótimo tê-la aqui por mais tempo. 

— Onde está Ingrid? — perguntei, após uma breve olhada pela sala. 

— Está no quarto do Neal, colocando-o para tirar um cochilo. Ele está bem agitado hoje! Parece até que sabia que iríamos receber você. 

— A tia Gina já é a preferida dele! — rimos um pouco e logo Mary percebeu a sacola com um embrulho em minha mão. Suas sobrancelhas se ergueram, enquanto cruzava seus braços em frente ao peito — O que foi? 

— Eu disse que não precisava trazer nada, Regina! 

— Até parece que eu iria vir visitar vocês e não traria nada para o pequeno príncipe — meu sorriso se alargou e Mary revirou os olhos antes de seguir até a escada. 

Subimos em silêncio, mas com nossos sorrisos largos estampados em nossos rostos. Caminhamos por um curto corredor e eu aproveitei passar pelo banheiro que havia ali antes de seguir até o quarto, porque estava louca para segurar aquele bebê, mas não faria isso com as minhas mãos sujas. Passamos pelo escritório/biblioteca da casa e logo chegamos no quarto de Neal. Assim que aparecemos na porta, Ingrid nos olhou e o bebê que, teoricamente deveria estar dormindo, dirigiu seus grandes olhos em nossa direção. 

— Achei que ele já estaria no vigésimo sono — Mary foi a primeira a se pronunciar. 

— E realmente deveria, mas assim que eu me sentei com ele na poltrona, ele despertou — os olhos azuis de Ingrid encontraram os meus e o seu sorriso me saudou — E logo depois a campainha tocou, anunciando sua chegada.

— Eu disse a você, Mary. Já sou a preferida dele! — rimos e Mary Margaret revirou os olhos — Agora, vocês ficam com isso… — falei entregando a sacola com os presentes para elas — E eu fico com ele — a loira me entregou o bebê.

— O que é isso? — perguntou a musicista. 

— Presentes que a Regina trouxe, mesmo depois de eu ter dito a ela que não precisava. 

Ouvi uma leve bufada de Ingrid, mas não me importei em olhar em sua direção, estava mais focada no bebê em meu colo. Deixei meus olhos se perderem em seus detalhes, começando pelos fios dos seus cabelos levemente ondulado em um tom loiro escuro, a pele branquinha como as de suas mães, as bochechas rechonchudas como as de Mary, os lábios finos iguais os de Ingrid e o nariz não era parecido com nenhuma delas, provavelmente puxou o doador. Já seus olhos brilhavam fortes e atentos, pulsando em um verde jade perfeito. Aquela criança era perfeita. 

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