"A vida é muito curta para tanta dor"

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Tate pov

Eu estava na cozinha com a minha tia comendo um sanduíche, o cômodo se desmanchava em um silêncio ensurdecedor que machucava meus ouvidos e fazia minha cabeça doer. Eu estava de cabeça baixa, não queria encarar a minha tia, não queria conversar sobre o que havia acontecido.

Nora: Tate - minha tia chamou suavemente me fazendo levantar o olhar para ela - Como está se sentindo agora, querido? - ela perguntou e eu só dei de ombros, escutei ela suspirar alto preocupada - Você ligou para a Violet? - ela me perguntou e eu só a olhei por um segundo e balancei negativamente a cabeça olhando para o prato outra vez - Como ela sabia o que havia acontecido com você? - ela perguntou tentando chamar minha atenção mas eu sequer a olhei.

Tate: Não sabia - eu falei com a boca cheia - Acho que ela só percebeu o meu sumiço e resolveu vir me procurar - eu falei dando mais uma mordida no sanduíche, estava morrendo de fome.

Nora: Eu sinto muito, querido - a minha tia falou baixo e entre soluços e eu percebi que ela estava chorando - Eu não pude fazer nada, eu não pude impedir ela de te machucar, eu sinto muito - ela falou chorando muito e cobrindo a boca com as mãos.
Eu não sabia o que fazer e nem como reagir, então apenas a abracei e a puxei encostando sua cabeça em meu ombro.

Tate: Está tudo bem, tia, não foi culpa sua, você não podia fazer nada - eu falei tentando consolar ela mas nada parecia acalmá-la - Não se culpe por algo que claramente não é culpa sua, tia - eu falei e ela pareceu chorar ainda mais, não sabia mais o que fazer, então me veio na cabeça uma frase que ela sempre me dizia - Ei, seque essas lágrimas, a vida é muito curta para tanta dor - eu falei segurando seu rosto e secando as lágrimas que escorriam em suas bochechas e ela pareceu se acalmar um pouco - Eu não sou mais um menino, eu não vou mais deixar ela me machucar, eu prometo tia, isso nunca mais vai acontecer - eu falei rangendo os dentes com raiva da Constance, aquela mulher poderia ser tudo, menos a minha mãe.

Constance: Que choradeira toda é essa? Já conseguiu levantar, Tate? Pensei que demoraria um pouco mais - a Constance falou entrando na cozinha como se nada houvesse acontecido.

Nora: Como você pode reagir assim? Ele ficou apagado por cinco dias seguidos por sua culpa e você não demonstra o mínimo de preocupação? - a minha tia falou levantando o tom para ela.

Constance: Ele só estava descansando, ele precisava, fiz aquilo pelo bem dele - ela falava e aquilo estava me deixando com muita raiva.

Tate: Como você pode dizer que fez aquilo para o meu bem? - eu gritei com ela ficando em pé - Você me drogou.

Constance: Eu só te fiz dormir - ela falou gritando comigo e se aproximando de mim.

Tate: Por cinco dias - eu falei gritando ainda mais.

Constance: Você precisava - ela respondeu no mesmo tom.

Tate: Você me machucou - eu gritei em meio às lágrimas.

Constance: Eu só estava cuidando de você, eu sou sua mãe e é isso que eu faço, cuido de você, foi isso que eu sempre fiz - ela falou gritando com um ar de autoridade.

Tate: Você não é minha mãe, você não foi e nunca vai ser a minha mãe - eu gritei com muita raiva - Eu posso ter saído da porra do seu útero mas isso não faz de você a minha mãe - eu gritei cuspindo as palavras que estavam entaladas em minha garganta e em seguida senti o atrito da palma de sua mão contra o lado esquerdo do meu rosto que o deixou ardendo - Me escuta Constance, você quer me bater? Então me bata, mas bata bastante, porque essa vai ser a última vez que você vai encostar a mão em mim - eu falei abaixando o meu tom e me aproximando dela. Eu esperei que ela me batesse, mas nada aconteceu, nenhum tapa, nenhum empurrão, nenhuma palavra sequer, apenas um olhar de apatia.

Sick love (Tate e Violet)Onde histórias criam vida. Descubra agora