"Por que ele olharia para mim?"

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Tate pov

Tate: E-eu não entendi as aspas, a Violet realmente foi até lá para me ajudar - eu falei me recusando a olhar nos olhos dele.

Ben: É, com certeza lhe ajudou bastante, considerando que deu banho em você - ele falou dando um sorriso sarcástico carregado de raiva, por que ele insinuava coisas como essas em relação a Violet de forma tão natural?

Tate: Não insinue que eu e a Violet fizemos algo que certamente não fizemos - eu falei raivoso - A Violet não é assim, você deveria ser a pessoa que mais sabe disso - ao proferir tais palavras imaginei que o deixaria ainda mais zangado, porém, algo mudou, o olhar dele relaxou um pouco e a raiva que havia contida nele parecia deixar seu corpo aos poucos. Ele abaixou a cabeça, massageou a testa, ergueu a face para mim e começou a falar.

Ben: Como passou a semana, Tate? Algo diferente aconteceu? - ele falou para mim e o meu olhar demonstrava total confusão, a um minuto atrás ele parecia querer me matar e agora de repente, parecia apenas o meu psiquiatra outra vez.

Tate: Bom, depois do meu último surto, a minha mãe me dopou... Contra a minha vontade, claro e eu dormi por... Cinco dias - eu falava pausadamente tentando conter o choro preso em minha garganta.

Ben: A sua mãe sempre fez isso, Tate? Ela sempre dopou você para te manter apagado? - ele me perguntou anotando alguma coisa em seu caderno.

Tate: Sim, ela diz que é para que eu descanse, diz que é necessário - eu falei com uma voz pateticamente fraca e chorosa.

Ben: Já tentou falar com ela sobre isso? Já tentou explicá-la que isso não te faz bem? - ele me perguntou de uma forma tão despreocupada que me fez sentir raiva.

Tate: Eu realmente acho que ela percebeu que não me fazia bem nas primeiras dez vezes em que eu chorei implorando para que ela por favor não fizesse aquilo comigo, o senhor acha que não? - eu falei com muita raiva, ele é meu psiquiatra, deveria me ajudar, o que estava tentando fazer?

Ben: O que acha da ideia de uma terapia familiar? - ele me perguntou com uma expressão que fazia parecer até que ele estava me sondando para saber até onde a minha raiva conseguiria chegar.

Tate: Tá falando sobre falar mal da minha mãe, na frente da minha mãe? - eu perguntei com raiva do quanto aquela ideia poderia ser estúpida - Eu acho a mesma coisa que o senhor acharia se eu perguntasse se posso fuder a sua filha, Dr. Harmon, uma péssima ideia - eu falei com ódio cuspindo aquela frase sem medir minhas palavras, imaginei como a Violet se sentiria se me ouvisse falando assim sobre ela e me senti muito mal. Abaixei a cabeça e notei o olhar pesado do Dr. Harmon sobre mim - M-me desculpe, eu não quis dizer isso.

Ben: Você sempre faz isso, Tate? - ele me perguntou e eu levantei o olhar para ele confuso - Sempre deixa a raiva tomar conta de você e se arrepende logo em seguida? - ele me perguntou e eu não pude responder, simplesmente por que sim, eu sempre fazia isso - Eu nunca daria a ideia de uma terapia familiar para você, Tate, pelo menos não agora, ainda temos que conversar muito sobre sua relação com sua mãe antes disso - filho da puta, ele realmente estava me sondando e eu caí no jogo dele - Agora, Tate, você prefere falar sobre sua relação com sua mãe, ou sobre sua relação com minha filha? - ele perguntou e tinha um olhar cínico e um sorriso de canto sarcástico.

Tate: Sobre a minha mãe, por favor - eu falei baixo como uma criança assustada.

Violet pov

Eu estava tomando um banho de banheira para tentar relaxar, estava um pouco nervosa por saber que logo iria ver o Tate, mas seria ótimo vê-lo em uma situação em que ele estivesse razoavelmente bem, eu só tenho que ter cuidado, meu pai não pode saber disso, não mesmo. Tentei me desligar um pouco do mundo e me deitei na banheira jogando minha cabeça para trás e fechando os olhos. Comecei a me lembrar de coisas boas, memórias de infância, lembranças da minha avó, minha antiga escola, mas de repente tudo se desfez, todas as lembranças boas acabam quando eu me pego pensando naquele maldito dia em que cheguei em casa e minha mãe estava chorando no sofá enquanto meu pai estava chorando ajoelhado implorando por perdão, nunca entendi porque ela o perdoou, eu sei que ela o ama, mas se ele realmente amasse ela, não faria nada disso, afinal, não se destrói a pessoa que você ama.
Fui tirada dos meus pensamentos quando ouvi uma batida leve na porta do banheiro.

Sick love (Tate e Violet)Onde histórias criam vida. Descubra agora