Prólogo

2.9K 152 27
                                    

Tom

Ao sair do carro suspiro passando a mão por meu rosto arrumando a camiseta branca com a outra mão livre.

- Aonde vai? - consegui escutar Bill dizer em voz alta conforme eu caminhava para longe da entrada do hotel.

- Volto em 20 minutos, no máximo - digo acenando para ele ainda de costas.

- Ainda não são 5 da tarde, não tem nenhuma balada aberta para ele ir - consegui ouvir Georg rir conforme atravessava a rua os deixando para trás.

Ficamos cerca de 11 horas em um avião para chegar até Los Angeles, o que mais quero e preciso é esticar as pernas.
Ainda não consigo acreditar que estou fora da Alemanha, e aqui não parece ser tão diferente de lá... Por enquanto, pois pelo o que sei não existem tantas loirinhas de olhos azuis por aqui do que tem lá.
Acabo por rir de mim mesmo por pensar esse tipo de coisa. Respirando fundo conforme olho os grandes coqueiros que tinham pela região começo a sentir minha garganta se irritar e quando menos percebo estou roendo a unha de meu dedo.

- Preciso de um cigarro - resmungo mordicando meu lábio abaixando a mão de meus lábios a colocando no bolso de minha calça.

Olho os arredores a procura de fumaça, pois se há fumaça há fogo ou então um fumante.
Logo á frente, duas ruas para ser mais preciso, vejo uma garota encostada em um muro acendendo um cigarro.

- É isso aí - sorrio e caminho mais rápido em direção à morena - H-hello... - tento arriscar meu inglês enferrujado me aproximando dela que me olha logo de cara retirando o cigarro dos lábios, suas testas estavam franzidas conforme ela esperava eu continuar. Aponto para seu cigarro - One... cigarrete? - digo levantando o indicador para demonstrar o tanto que eu queria.

Ela concordou e colocou o bastão de nicotina nos lábios novamente antes de pegar a carteira de cigarros no bolso da calça jeans. Foi ai que comecei a reparar nela, a calça larga azul desgastada, o jordan branco, a regata curta que parava pouco acima do cós da calça mostrando a barriga chapada e os cabelos cacheado...
Só percebi que a estava secando demais quando ela me encarou colocando o cigarro em minha frente.

- Oh... Thank you - meu sotaque foi forte o suficiente para fazer ela me encarar mais um pouco antes de esticar o isqueiro preto com uma caveira desenhada. Coloquei o bastão na boca e o acendi entregando o isqueiro para ela novamente.

Senti seu olhar repousar em meu piercing antes dela guardar as coisas dela e retirar o cigarro da boca deixando a fumaça no ar. Dei uma longa tragada sentindo meus pulmões sendo invadidos pela fumaça antes de a soltar e sentir meu celular vibrar no bolso, ao pegar ele vejo que era Bill me mandando ir para o hotel.

- Bye... - digo olhando a garota antes de dar as costas mandando um emoji para meu gêmeo conforme traguei o cigarro de novo.

Antes de adentrar o hotel apaguei meu cigarro e o joguei dentre a brita do canteiro, fui até a recepção e pedi o número do quarto antes de ir até o elevador e subir. Quando bati na porta Bill abriu depressa e me puxou para dentro fazendo meus dreads baterem em meu rosto.

- Oxi rapariga! - digo o olhando.

- Temos uma coisa para te falar - diz o mesmo exaltada e animado.

- Ué, fala - rio soltando suas mãos de minha camisa e fechando a porta atrás de mim.

- Não é algo tão simples assim - diz Gustav sentado mais à frente em um sofá.

- Como assim? - perguntei brincando com o metal em meu lábio.

- Teremos uma nova integrante - cortou Georg.

- Eu ia contar desgraçado! - diz Bill fazendo uma careta e dando o dedo do meio para o baixista.

- Opa, opa, opa - pausei - Nova integrante!? Mulher!? - arregalei os olhos - De quem foi a ideia? - os encarei esperando a resposta.

- De nenhum de nós - diz meu gêmeo me olhando conforme se jogava no sofá.

- Veio de cima - Georg foi até a mini geladeira e pegou uma latinha de Coca-Cola.

- E vocês concordaram? - em minha cabeça não fazia sentido. Meses atrás quando conseguimos fechar contrato deixamos claro que seriámos apenas nós quatro na banda e nada além disso, é algo nosso, algo que sempre queríamos desde pequenos e lutamos para ter.

- No começo fomos contra... - disse Gustav.

- Mas daí pensamos em te falar primeiro e talvez tentar... - Bill me olhou - O que acha?

Mordi o interior de minha bochecha pensativo.

- Não custa nada Tom - meu gêmeo me encarou.

Antes que eu pudesse responder algo para os três que me encaravam a porta atrás de mim foi destrancada, só pude ouvir um leve "PI" antes dela ser aberta.

- Sinta-se a vontade Katrina - o nosso produtor disse conforme eu me virada escutando Georg, Bill e Gustav se levantarem.

𝘈𝘗𝘖𝘊𝘈𝘓𝘠𝘗𝘛𝘐𝘊 - TOKIO HOTELOnde histórias criam vida. Descubra agora