Capítulo vinte: Finalmente livre.

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Capítulo vinte: Finalmente livre.

By: Reanna.

Laura estava estranha há meses, não deixava transparecer nitidamente, mas sou sua mãe e as mães sempre sabem quando algo não está certo com os filhos, ela tinha uma conexão com o irmão gêmeo, mas eu admirava a cumplicidade entre eles e nunca faria Guille delatar um segredo que ela confiou a ele pois isso destruiria a confiança entre eles.

Eu havia recebido uma ligação da escola me mandando buscar ela, porque algo havia acontecido, quando cheguei ao prédio da administração encontrei minha filha nos braços do irmão gêmeo, com as amigas paradas encostadas na parede ou sentadas no cão, Laura estava cabisbaixa, encolhida, todo aquele brilho no olhar que ela sempre tinha estava apagado, ela não me olhou nos olhos, apenas se desculpou por eu ter que deixar o trabalho para buscar ela, a vice-diretora alegou que uma confusão aconteceu, mas nenhuma das crianças quis dizer o que houve e eu preferia conversar com minha filha em casa, mas não era difícil imaginar, ela estava toda molhada igual as outras garotas envolvidas na briga, mas minha filha e outras três eram as únicas com rostos muito machucados, nunca tinha visto minha filha extremamente abalada como naquele momento.

Avisei à Pablo que precisei sair do trabalho para resolver um assunto e que ele apanhasse Miguel e Thereza na escola, dirigi até em casa a todo o momento desviando os olhos para minha pequeña ojos de esmeralda, ela parecia magoada, envergonhada... É tão doloroso ver seus niños sofrendo.

Ela correu para cima junto com Guille, ouvi o chuveiro sendo ligado, decidi esperar por Pablo para conversar com ela, aproveitei aquele tempo livre para ajeitar algumas coisas e apanhar as roupas sujas pela casa, peguei as do meu quarto, das crianças e o quarto de Guille tinha a porta encostada... Paralisei no lugar quando um soluço desesperado de Guille soou pelo quarto, ele estava encolhido sentado ao lado da cama, tão encolhido que eu quase nem o vi.

― Guille o que aconteceu? Por que está chorando mi encantador?

― Eu não pude proteger ela mamá... Ela sempre me protegeu e eu só... Eu não vou poder proteger ela disso...

― Do que está falando Guille?

Ele apenas continuou chorando sem conseguir falar.

Bati na porta de Laura, que ainda deveria estar no chuveiro, entrei e comecei a apanhar a roupas pelo chão, checando os bolsos para não estragar nada importante na lava roupas, Laura era campeã em esquecer objetos em seus bolsos, eu cheguei perto da porta do banheiro e girei a maçaneta, mas estava trancada, Laura soluçava alto, senti meu coração se quebrar, meus bebes estavam passando por algo que estava os machucando tanto que os fazia chorar daquela forma.

Quando aquele choro ecoou pelo quarto eu só queria segurá-la em meus braços, minha pequeña deveria estar com algum problema sério, ela quase nunca chora... Eu queria entrar naquele banheiro e cuidar dela como quando ela cabia em meus braços, mas eu sabia que ela precisava de espaço e que se sentiria ainda pior em saber que eu a vi daquela forma, as seis horas Pablo e as crianças chegaram o jantar já estava quase pronto, expliquei brevemente o que me fez sair do trabalho e ele decidiu que depois do jantar nós conversaríamos com ela.

Quando acabei o jantar fui eu mesma chamar ela, não queria que os irmãos menores a vissem qualquer que fosse a situação, preocupar eles não ajudaria.

Uma música lenta e triste estava tocando alto demais, eu não conseguia ouvir ela, porta estava trancada, ela nunca tranca a porta... Aquilo me deixou extremamente aflita.

― Laura... Filha... Por que você trancou a porta?

― Só um minuto, madre ― Falou com a voz rouca ― Eu já... Aí... Já vou ― Falou.

THE GOOD SUMMER: LIVRO I - HEAVEN Onde histórias criam vida. Descubra agora