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Pov: Jennie.

Eu estava na aula de sociologia, esperando Rosie chegar, ela não era de se atrasar então estranhei, Irene e Nayeon estavam do meu lado mas não prestavam atenção em nada do que eu falava.

A Bae estava mais focada em observar certa coreana do outro lado da sala e a Im quase dormia na carteira.

Vi Rosie entrar e noto que seu olhar vai direto pra capitã do time de basquete e depois pra nossa mesa.

Tínhamos um trabalho pra fazer, mas as mesas juntas só serviam pra ajudar no bate papo dos alunos, que optariam por deixar tudo pra última hora e correr pra fazer depois.

Se tinha sentido nisso?

Não.

Mas nós éramos parte desses alunos.

- Oi unnies. - Rosé se sentou ao meu lado.

- Oi Rosie. - beijei sua bochecha.

- OI UNNIES! - fala mais alto eu dou risada, a Im desperta na hora e a Bae para de encarar a Kang.

- Oi Rosana. - Nay cumprimenta.

- Oi Rosie.

-Meninas... Vocês farão algo esse fim de semana? - perguntei, desviando os olhos da tela do meu celular.

- Eu vou, vou sair no sábado com a Jeongyeon, ela finalmente me chamou pra sair. - Nay contou animada.

Elas era o único "casal" assumido da escola, não que não houvesse outros mas todos tinham medo de se assumir, até porque as duas só não sofriam preconceito por serem populares, assim como Minatozaki Sana, lésbica muito bem assumida, porém diferente da Im aproveitava pra pegar o máximo de meninas que era possível, ela já devia ter passado o rodo no time de basquete inteiro... E se não o fez, faria.

- Eu vou só ficar em casa mesmo... Sei lá, vendo série e comendo besteira. - Irene falou.

- E você Rosie? - perguntei.

-Eu vou... Sair com a minha mãe.

Respondeu sem nenhuma convicção, Rosie é minha melhor amiga e eu a conheço como uma mãe conhece sua cria, e já havia muito tempo que eu a notava estranha.

Ela sempre desmarcava nossos compromissos com o resto do pessoal e sempre arrumando desculpas pra não sair conosco nos finais de semana.

Se ela não namorasse eu poderia jurar que estava saindo com alguém.

- Rosé... Você tem algo pra nos contar?- Irene perguntou, ela também havia notado o comportamento suspeito.

- A-ah não... Não tenho nada pra falar... Nada mesmo. - falou desviando o olhar, claramente nervosa.

- Não sei não... Tá tudo bem entre voce e o Jimin? - perguntei.

- Jimin?! Oh! Sim... Claro, tudo bem.

- Rosie...sabe que pode nos contar qualquer coisa, né? De verdade. - falei, segurando a mão dela e as meninas concordaram enquanto ela assentia, parecendo desconfortável.

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Pov: Lisa.

Já era a terceira aula, assim que o sinal tocasse já estaríamos parcialmente livres, eu tentei ficar ao máximo focar no que o professores estavam falando mas é quase impossível prestar atenção em outra coisa quando se tem Jennie Kim no mesmo ambiente que si.

Observei mais uma vez cada um detalhes mais uma vez, desde suas bochechas fofinhas até forma como ela se vestia.

Jen era a garota mais linda que já tinha visto em toda a minha
vida.

Sempre estive ali em todos os momentos,
isso pode parecer estranho, mas e sempre a observei, porque Jennie desde sempre foi da minha sala, e eu tive o prazer de conhecer cada uma de suas versões.

Desde que ela era apenas uma garotinha, sua fase rebelde, e até quando, na sétima série ela ficou um pouco enjoadinha, e-girl, e então popular, na real não me lembro muito bem quando aconteceu mas eu sempre a achei adorável.

-Lisa!- ouço a voz da Jisoo unnie me chamando e quando olho percebo que só estavam eu, ela, Rosé e Jimin na sala.

Estava tão distraída que nem ouvi o sinal do intervalo, comecei a guardar minhas coisas, vendo o garoto loiro se sentar na
carteira em frente a minha, dei um pequeno sorriso a ele que retribuiu.

Não era próxima dele, ele provavelmente só sabia da minha existência por causa do acordo dele com a outra Park, o menino focou o olhar em seu celular e eu olhei
para o lado, após terminar de guardar minhas coisas, quando vi Jisoo puxar Rosé pela cintura colando seus corpos, e neozelandesa sorriu e envolveu o pescoço da Kim com seus braços e
então elas iniciaram um beijo.

Desviei o olhar, era um pouco constrangedor pra mim, apesar de
estar me acostumando com as duas se agarrando em minha frente, eu sempre acabava ficando um pouco constrangida.

Depois do casal terminar a
seção de amassos esperamos um tempo depois dos Park's sairem, para seguirmos em direção ao pátio.

Quando chegamos lá a Kim tentou disfarçar a feição de desagrado que se formou em seu rosto ao olhar pra mesa dos tais populares e ver Jimin com os braços ao redor da cintura de sua garota.

Por mais que a Kim negasse e tentasse disfarçar, eu e Rosé sabíamos, e até conversamos sobre, que aquilo incomodava a coreana, e nem era
por Jimin, e sim porque ela queria poder abraçar e beijar sua namorada livremente, e aquela situação de manter segredo a magoava, por mais que ela nunca dissesse.

Meu olhar passou por cada rosto daquela mesa e meu coração apertou ao ver Jennie, a minha Jennie, sentada no colo do garoto que eu mais odiava no mundo.

-Você vai com- Jisoo para de falar ao seguir meu olhar.

Eu estava estática, não tinha percebido que prendia a respiração, meu coração estava acelerado, e eu aos poucos sentia as lágrimas arderem meus olhos

De todos os ficantes de Jennie, todas as malditas pessoas daquela escola,
ela tinha que estar com ele?

Justo ele?
Não notei quando uma lágrima sorrateira escorregou por meu rosto.

-Lisa...- ouvi a voz da Kim e não pensei no que estava fazendo, eu só queria sumir, saí correndo sem direção, não é como se alguém fosse notar
minha "fuga" afinal eu era invisível ali, e sempre seria.

Saí correndo e acabei parando no banheiro feminino dos professores, que eu nem sabia existir mas agradeci por estar com a porta destrancada, me encostei na parede de azulejos
brancos e fui escorregando aos poucos até estar sentada no chão, abracei meus joelhos e apoiei minha cabeça neles, me entreguei à um choro
intenso

Aos poucos as memórias de tudo que
Kai me fez passar, ou de todos os momentos que eu tentei chamar a atenção de Jennie e ela sequer olhou em minha direção, passavam como
um filme em minha cabeça.

Me sentia uma idiota, eu desejei poder arrancar na unha tudo o que eu sentia por ela. mas eu simplesmente não conseguia.

Já tinha tentado esquecer essa
paixonite mas era só eu revê-la e então meu coração voltava a bater feito louco.

Foi ali, sentada deplorávelmente no chão do banheiro da escola que eu tive uma ideia louca...

Mas que podia dar certo...tinha que dar.

Quinze DiasOnde histórias criam vida. Descubra agora