Quinze Dias

Um pouquinho.

Pov: Rosé.

Eu fiquei chocada, não podia acreditar no que a Jisoo tinha me contado, nunca, em nenhuma
hipótese, teria imaginado que esse teria sido esse o motivo de ela sair de casa.

Ela pareceu bem abalada ao relembrar a história, parecia que o que aconteceu a afetava até hoje.

Principalmente o fato de sua mãe ter "preferido" o garoto.

Eu a puxei novamente pra um abraço e nós ficamos ali por alguns segundos, saber do que
fizeram com ela doeu em mim, principalmente pelo fato de não terem sequer pensado em como
ela se sente com tudo isso.

Eu deixei um selar no topo da sua cabeça e ela nos separou brevemente, sorrindo pra mim.

Mas não era um dos sorrisos que ela costumava me dar, daqueles que te contagia e te derrete.

Foi um sorriso que me deu vontade de protegê-la de qualquer coisa ao mesmo tempo de me
vingar de todos que a fizeram sofrer.

- Quer... Sei lá... Sair pra algum lugar? - perguntei, queria que ela esquecesse disso por um momento.

- Pode ser... Aliás... Minha mãe gostou de você... - Eu soube que ela tava zoando quando vi o sorrisinho ladino que ela me ofereceu.

- Para de palhaçada! - disse séria me separando dela e ela riu.

-É sério...

- Para Jisoo! Que droga... A primeira vez que eu vi sua mãe foi numa situação dessas... O que ela vai pensar de mim?!

- Que você é tarada? - zombou e eu acertei um tapa estalado em seu braço, o que a fez rir mais.

- Como que eu vou encarar ela de novo, Jisoo?!

- Sei lá.. Dá próxima vez controla sua tara... -

Zombou soltando uma gargalhada tão boa de ouvir que se eu não fosse o motivo, tinha rido
junto.

- Idiota. - me afastei dela, cruzando os braços e fazendo um bico. - Quer saber? Que se dane... Não vou mais sair com você. - disse e ela riu.

-É brincadeira bebê... Não fica com essa cara.

Disse mas ainda tinha um sorriso divertido nos lábios.

- Brincadeira pra você... Sua mãe vai pensar isso de mim pra sempre!

- Quê?! - perguntou rindo e me olhando como se eu tivesse dito um absurdo. -Nada a ver.

- Tudo a ver! As pessoas sempre dizem que a primeira impressão é a que fica. A primeira visão
que sua mãe teve de mim foi em uma situação dessas.

- Ah... Foi uma bela visão pra mim. - disse sorrindo maliciosa e não pude evitar o rubor em minhas bochechas.

- Você é muito idiota! - disse indo pro quarto e ela gargalhou indo atrás de mim.

Eu sentei na cama e cruzei os braços.

- Baby... Você perguntou se eu queria sair pra algum lugar.. Pra onde nós vamos? - perguntou
sentando em meu colo de frente pra mim.

- Pra lugar nenhum.. Você só fica me zuando. - fiz um biquinho e ela sorriu.

- Ai Deus... Tadinho do meu amor... Eu não vou mas te zoar tá bom?- disse, colocando as
mãos dos dois lados do meu rosto e apertando levemente minhas bochechas, e eu arqueei uma
sobrancelha pra ela que riu, reformulando a frase.

- Eu não vou mais te zoar muito tá bom?

- Você é uma namorada muito má...

- Tá... Mas e se eu te levar pra comer?

- Aí você vai ser uma namorada um pouquinho boa.

Pov: Jennie.

As aulas acabaram, Rosé ficou pra ir embora mais tarde, uma mania estranha que ela tinha, acho que ela ia embora com o Jimin, Hyun foi embora com a Taeyeon e sua outra mãe.

Nay foi com a Jeongyeon, Sana deve ter ido pegar alguém em algum lugar exótico, por que isso é a cara dela...? Enfim, e eu fugi de Kai.

Quando estava saindo vi Lisa se despedindo de Sana, que, como sempre, não
perdeu oportunidade, e deu um abraço, desnecessariamente, longo, e um beijo bochecha
da tailandesa, que saiu de perto sem graça, não faço a menor ideia do porque, mas aquilo me
causou uma sensação estranha.

Nada como uma vontade repentina de arrastar Lalisa de perto da japonesa.

Nada a ver com isso.

Nem um pouco.

Eu me aproximei e Sana me ofereceu um sorriso.

- Desde quando são... Tão próximas?- perguntei e seu sorriso cresceu.

- Desde quando te incomoda? - respondeu com um sorrisinho divertido.

- Não incômoda.. Não ainda, mas você não vai querer que incomode... - disse com um sorriso
gentil e ela riu debochada.

- Não sei se tem direito de cobrar algo Jennie... Acho que esqueceu de um de meus lemas... Filhotinhos sem coleira sempre podem ser adotados... - disse, não abandonando o sorriso provocador e eu revirei os olhos, rindo.

- Mas com esse "filhotinho" é melhor você não se meter. - disse ainda sorrindo.

- Ou..? - ela arqueou uma sobrancelha dando um passo pra frente e eu não me movi, o que fez com passo pra frente e eu não me movi, o que fez com que ficássemos a poucos centímetros de distância.

- Não vai querer descobrir, Minatozaki.. - falei e vi seu sorriso aumentar enquanto seus olhos
focavam em meus lábios.

- Talvez eu queira... Kim. - a forma como ela encarava, descaradamente, meus lábios e como
pronunciou meu nome fez com que um arrepio cruzasse minha espinha.

- Sabe que eu posso ser bem rígida e intensa com meus objetivos, não sabe? - Perguntei sustentando o olhar profundo da japonesa sobre mim.

- Sabe que eu amo a intensidade... Não sabe? - respondeu umedecendo seus lábios e voltando a
encarar os meus.

Eu não consegui dizer mais nada, travei o maxilar e continuei encarando a garota a minha frente.

Até que ela se afastou gargalhando e um suspiro aliviado escapou por meus lábios.

- Relaxa Kim.. Tô muito ocupada tentando conquistar certa taiwanesa... Pode ficar com esse
"filhotinho" pra você. - falou ajeitando a mochila nas costas.

- Você não teria nada com ela nem se quisesse. - Disse brincando, mas mantendo a seriedade o que a fez rir alto, o que dispersou levemente a tensão que pairava sobre nós.

- Teria até com você, se quisesse... - disse e eu lhe dei um enorme sorriso debochado.

- Auto estima é tudo... - Respondi brincalhona.

- Realmente... Principalmente quando é verdade. - respondeu e foi minha vez de gargalhar.

- Não estou certa..? - disse baixo se aproximando, perigosamente, de novo, o que me fez engolir em seco.

Eu não via Sana como nada além de uma amiga, mas o dom que ela tinha de deixar qualquer um nervoso era reconhecível.

Principalmente quando falava dessa forma e te olhava como se... Sei lá.

Mas, de qualquer forma, eu não demonstraria esse nervosismo nem que me pagassem, mas como sabia que ela estava brincando decidi entrar na brincadeira.

- Um pouquinho. - depositei um selar no canto da boca delicada da ruiva e foi a vez dela de travar, enquanto eu saía com um sorriso convencido brincando em meus lábios.