Capítulo 45

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NARRADOR POV.

Carolyna não via nada a sua frente enquanto passava desesperada por entre os corpos daquele salão, ouviu de longe chamarem seu nome mas nada a faria parar naquele momento, só queria sair dali e se isolar em seu mundo.

Com o braço tremulo pediu para o primeiro táxi parar, deu o endereço de sua casa e se encostou no banco, jorrando lágrimas e soluços silenciosos, os olhos preocupados do senhor de idade olharam com pena para a pequena latina que sofria tanto.

Os olhos verdes agoniados olharam ao redor do salão em busca da sua namorada, não podia perdê-la de vista. Caminhou apressando os passos até a mesa e encontrou Malu concentrada no celular.

- Você viu a Carol? - Sua respiração acelerada dificultou a fala, estava começando a sentir o desespero possuir todo seu corpo.

- Eu acabei de ver ela sair correndo, até chamei mas ela não parou. O que aconteceu? - Malu a olhou confusa e preocupada, percebendo o estado da amiga.

- Não posso falar agora, preciso achar ela.

Priscila correu até a saída do baile e quase chorou de alegria ao ver alguns táxis à disposição, entrou no primeiro que alcançou e pediu com agonia presente na fala para levá-la até o apartamento de Carolyna. Sentia como se seu coração fosse sair pela boca, pedia aos céus para Carol não fazer nada precipitado e ouvi-la, precisava se certificar que sua latina não estava pensando algo errado nesse momento.

- Shh, garoto. - Carol sussurrou embargada, os miados animados de Frederico e as patinhas tentando escalar o corpo foi sua recepção no apartamento, se abaixou após bater a porta e pegou ele no colo, sentindo que ele seria seu único remédio contra as lágrimas.

Fred vendo o estado da dona choramingou e começou a lamber seu rosto sentindo o gosto das lágrimas, Carol sorriu triste e se encaminhou até a cama deitando com o pequeno animal, queria dormir e acordar sabendo que tudo aquilo era um sonho. Estava revivendo toda a noite com angústia, os últimos momentos com Priscila no iglu não fazia sentido em sua cabeça, por que aconteceria tudo aquilo para no segundo seguinte ela estar nos braços de outra? Nada entrada em sua mente confusa, e tentar entender apenas aumentava a dor de cabeça latente.

Deixou-se vencer pelas lágrimas e se ajeitou na cama em posição fetal, Fred se enfiou junto e descansou a cabeça no peito de Carolyna.

- Obrigada. - Priscila não quis prolongar e jogou a maior nota que viu na bolsa, pouco ligando para o troco. Saiu aos tropeços do táxi e retirou os saltos no meio do caminho, apertando o botão do elevador repetidas vezes. Sabia que Carol iria estar ali, estava com medo da latina não querer ouvi-la, mais ainda se estivesse pressionando na hora errada, mas não podia conter tamanho desespero dentro de si, precisava explicar tudo e se resolver com a namorada.

Seu coração deu um pulo no peito ao se deparar com a porta do apartamento, viu a luz acesa da sala e isso só confirmou o que já sabia, não conseguiu se olhar no espelho do elevador mas sabia que seu estado estava deplorável, foi inevitável não derramar lágrimas durante o percurso, o medo a dominava, e tentava se agarrar ao anel que segurava na mão como se a vida dependesse daquilo.

Bateu na porta de forma trêmula, tentando conter qualquer ruído do seu choro silencioso que voltava com tudo, tinha medo de Carolyna não abrir a porta, não tinha ideia do estado da latina, e isso só aumentava sua dor.

Carolyna ouviu as batidas na porta e soube quem era no mesmo momento, seu corpo se curvou contra o colchão e soltou um soluço dolorido, Priscila estava do outro lado da porta e a avalanche de imagens dela com a Gabriela invadiram sua mente sem permissão, não queria olhá-la, não agora, mas sabia que a hispânica não sairia dali, provavelmente nem sabia que Carolyna havia visto tudo.

Christmas - Capri Onde histórias criam vida. Descubra agora