Lana Mendez

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A reunião da força tarefa pra mim foi um tremendo caos. Ferreira falando, Mike reclamando e eu só olhando e pensando que tudo dependia de mim, sem pressão alguma claro.

O dia passou rápido e eu não vi mais o Mike depois da reunião, ele devia estar por aí reclamando e falando como eu não era capaz, e de quanto eu era louca. Ele era uma besta mesmo. Eu passei horas pensando no que eu teria que fazer e como tudo aquilo dependia de mim, e era realmente apavorante saber que uma atitude sua poderia colocar tudo a perder. 

Uma enorme força-tarefa dependendo de mim a "incrivel" Lana Mendez ( contêm grande dose de ironia)

—Lana, querida...—Rebeca me catucou enquanto tomava uma xícara de café

—A oi, Rebeca.

—Que isso querida, viajou legal agora. Conseguiu entender o que vai acontecer amanhã?

—Sim sim, obrigada por vim me ajudar, na verdade eu já entendi que vamos em uma batida de drogas falsa, e eu vou bancar a corrupta

—Isso, bandidos falsos, nós vamos estar lá e como Giulio é quase onipotente ele vai saber que você virou corrupta

—Como assim bandidos falsos?

—Mais ou menos, são apenas informantes, mas vamos estar de olhos neles a todo momento, vai estar protegida.

—Eu entendi, só estou um pouco nervosa. Você acha que o... O mike tem razão?

—No que?

—Que eu não consigo... sabe? Eu to tão... não sei é só — eu não conseguia terminar uma frase— É que realmente tudo depende de mim.

Rebeca sentou ao meu lado e pousou uma de suas mãos em meu ombro tentando me acalmar, ela era uma verdadeira amiga, sempre esteve ali quando eu precisava mesmo que por um espaço curto de tempo

—Vai dar tudo certo amiga, nós vamos pegar o Morello, você consegue, o Mike, ele só parece preocupado e com razão. A gente vai pegar ele com certeza.

—Você acredita mesmo nisso?

Ela desviou o olhar e me olhou, esse era o olhar da Rebeca sincera.

—Então Lana, eu concordo com o Mike, é perigoso demais, o Ferreira está com a melhor intenção do mundo, mas ele tem que entender que você é novata, e que ele está colocando coisas demais em cima de você. Se você não quiser fazer tudo bem, ninguém vai te julgar.

—Eu sei beca, é que eu queria provar pra mim mesma que sou capaz, você sabe tudo que passei pra chegar até aqui. E eu tenho que fazer valer o que aconteceu com ele.

—Eu sei Lana é que... eu acho que você está indo rápido demais, você não precisa provar nada pra ninguém, muito menos pra alguém que não pode ver nada e você mal conhecia.

No fundo Rebeca tinha razão, eu mal conhecia aquele policial, mas eu devia minha vida a ele. Ele salvou minha vida e é por ele que eu estou aqui, porque de alguma forma eu me sinto culpada por tudo que aconteceu.

—Tá bom Beca, por favor, esse assunto de novo não, se não a gente vai brigar e...

— Ta ok, ok, não está aqui quem falou, eu tenho que ir embora, e lembra amanhã eu não vou estar com você  mas se lembra  que você consegue, você é mais forte do que pensa.

—Tudo bem Beca, até então, acho que não te vejo amanhã então.

—Não.

Ela me abraçou forte, o que foi estranho porque Rebeca não era de abraços e pra ser sincera nem eu

—Toma cuidado, Lana, por favor.

—Vou tomar.

Mas eu estava prestes a começar uma etapa ainda mais importante da minha vida.

No dia seguinte

Acordei cedo e logo vesti meu uniforme, não comi nada, não consegui.

 Antes de sair de casa ajustei minhas escutas, me deram um dia antes e disseram que alguém estaria do outro lado pronto a me ajudar caso algo desse errado, me olhei no espelho e apenas mexi meus lábios, sussurrando mentalmente

—Você consegue Lana, é tudo falso, você vai estar protegida.

Respirei fundo e desci pelas escadas do meu prédio até a viatura que havia ficado no estacionamento do mesmo. E logo recebi o tão esperado chamado.

— Chamando carros de polícias locais, veículo suspeito no cás, suspeito pode estar portando armas e drogas.

Essa era minha vez. Antes que outro pegasse o chamado eu mesma atendi

—Policial Mendez a caminho, repito, Policial Mendez a caminho.

Eu coloquei o pé no acelerador e liguei as sirenes, deixando toda a adrenalina fluir no corpo.

Apesar de ser um falso chamado, eu sentia tudo como se fosse verdade, estava quase chegando no local quando ouvi um ruído no ponto que eu usava no ouvido, era alguém xingando do outro lado, desacelerei um pouco a viatura, faltava mais ou menos uns 10 minutos para chegar no local. Alguma coisa não parecia estar certa.

— Oi ... Mike?—eu reconheci a voz que resmungava

—Oi Lana— a voz de Mike estava estranha—eu to indo pro cás também

Ouvi uma partida de carro o que me fez começar a me questionar que droga estava acontecendo

—Mike fala comigo o que tá acontecendo? eu to quase chegando.

—Lana, não sai do carro, não vai pra lá, me espera.

— O QUE TA ACONTECENDO MIKE?  ME FALA AGORA!—eu gritei dentro da viatura faltavam menos de 2 minutos para chegar no local

— A Batida de drogas é real, eu repito Policial Mendez, são da equipe do Giulio, fica no carro

Fiquei calada por algum instante, era tudo real. Se eu não chegasse lá para atender o chamado, nós perderíamos a chance, afinal Giulio saberia que eu atendi ao chamado e não cheguei lá. 

Ele desconfiaria e no fim, a força-tarefa estaria simplesmente acabada, mas que merda de coincidência foi essa? Como ele descobriu... Eu precisava ir e fazer tudo que eu faria na batida falsa, eu tinha treinado, eu tinha que fazer isso pela equipe. Não ia ser diferente, a única coisa que ia ser é que teriam armas de verdade e eu poderia morrer de verdade. Quer saber? 

DANE-SE! Eu estava ali pra isso. Acelerei o carro ainda mais e finalmente cheguei o local e parei o carro

—Lana... você está ai? 

—Sim, Mike.

— Fica no carro Mendez! — ele esbravejou parece que adivinhou o que eu estava prestes a fazer

—Mike?

—Fala Mendez.

—Ninguém me manda ficar no carro.

—Lana, Não...


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