Lana Mendez

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Havia algumas horas já que tinha saído da casa de Mike, eu precisava sair de lá, ficar com ele no mesmo ambiente estava me enlouquecendo. Fui andando pra casa. Eu era uma grande covarde, eu não queria saber o que poderia acontecer se eu ficasse mais uns minutos no mesmo lugar que Mike Rangel. E ultimamente só de sentir seu cheiro minha pele se arrepiava, e eu não conseguia parar de tentar imaginar como seria um beijo dele. 

   Que se dane, eu precisava pensar na minha vida, precisava conversar com alguém. No meio do caminho mandei uma mensagem para Rebecca, do telefone da força-tarefa:

"Preciso ver você hoje na minha casa daqui a 5 minutos"

Ela respondeu rápido, amava uma fofoca, era o tempo de chegar tomar um banho. Assim que cheguei em casa fui tomar um banho para ver se o cheiro daquele homem saía de mim, mas eu confesso que eu acho que já tinha virado algo psicológico.

Quando finalmente saí do chuveiro o perfume dele parecia ter cessado, o que não saia da minha mente era o seu toque, e como ele me acariciou quando ele achou que eu estava dormindo. Será que eu estava imaginando coisas? Não não, foi tudo fingimento tudo, se não fosse tínhamos nos beijado. E claro ele tinha ficado com pena de mim, depois que eu caí na besteira de contar pra ele sobre meu passado, mas de um modo estranhamente bom eu senti que podia confiar nele. A campainha logo tocou e ouvi um grito

—Abre logo Lana— Rebecca gritou

— Ja vai.— Terminei de colocar minha roupa e abri a porta pra ela que estava cheia de sacolas nas mãos.

—Temos que comemorar, a Lana me chamou pra fofocar, essa não é você e eu tenho que aproveitar— Ela levou as sacolas até a mesa da cozinha e se sentou, pegando uma barra de chocolate— Conta tudo.

—Começou, então... Você sabe que

—Você ta gamada no Mike, conta outra.

—Como você...?

—Por favor né Lana, o cara é um tremendo de um gostoso, você acha que não ia gamar só de ficar perto dele? Por que vocês não aproveitam?

—Como assim?

—Deixa rolar, vocês não vão ter que fingir estar apaixonados, namorar e tal?

—Sim.

—Ué, então aproveita o momento e deixa rolar, você e ele, aproveita tira umas casquinhas do detetive Rangel querida.

—Policial Diaz!

—A Por favor ne, para com isso Louise! Você merece depois do que o doente do seu ex te fez passar.

—Você parece maluca, já falei pra parar de me chamar por esse nome!

—Seu nome é uma graça, apesar que eu acho que você combina muito mais com Lana, mas agora é sério, eu acho que você deveria mesmo tirar uma casquinha daquele homem, qual é a graça? Vai dizer que vocês dois vão fingir que tão juntos e tu não senti nem um arrepiozinho perto dele?

—É... meio que...

—Nem precisa falar, eu te conheço, fala com ele e aí curte o momento, aproveita sua solteirice e sabe eu acho que você ficar esse tempo todo sozinha, não é legal pra você.  Faz tanto tempo já, depois do Anthony você nunca nem olhou pra ninguém, se permite.

—Você acha?

—Claro, e pra ser sincera eu nem sei como você aguenta ficar tanto tempo sozinha, se fosse eu já tinha pegado até o bobão do Bernardo—  ela gargalhou alto me fazendo rir junto com ela — Quando rebecca colocou a barra de chocolate sobre a mesa, um papel laranja que estava ali caiu.— O que isso Lana? —Ela pegou e me entregou

—Não sei, eu não deixei nada aqui, muito menos dessa cor.

Peguei o papel e virei e era um bilhete escrito a mão.

"Mi Bella.

Você passou na sua iniciação, parabéns, bem vinda a equipe.

Mas como qualquer funcionário, preciso que faça algo pra mim primeiro, antes de nos encontrarmos, gostaria que você levasse Mike, a festa que teremos em minha mansão. Preciso que o distraia, farei negócios essa noite e ele é uma constante pedra no meu sapato. Se conseguir, será recompensada. Te vejo em breve Mi Bella"

Eu abaixei as mãos lentamente 

—É um bilhete... do Giulio Morello. 

—Lana, como isso chegou aqui?

—Alguém entrou na minha casa.— Eu coloquei imediatamente a mão no meu peito e parecia que o ar começou a faltar, eu estava tendo um ataque de pânico. Os olhos de Rebecca se arregalaram e ela segurou meus braços, eu comecei a ver tudo preto eu era a policial mas cheia de problemas que existe

—Lana, Lana... — Eu continuava ouvindo a sua voz e comecei respirar bem fundo tentando voltar a mim— Respira Lana, você ta bem?

Ela abanou meu rosto e eu fechei os olhos tentando me livrar da grande nuvem negra que tinha tomado conta de mim. 

—Alguém entrou aqui Becca, alguém entrou aqui.

—Você precisa falar pro capitão — Becca pegou o celular da força-tarefa mas eu a impedi

—Não, deixa isso pra lá, só vamos avisar sobre a missão, apenas isso.

—Mas, não é melhor então falar pro Mike?

— O que ele vai fazer? Deixa... Eu ligo pro Mike e depois dou meu jeito.

—Eu já tentei, ele não tá atendendo, confesso que eu achei que ele estava até com você.

—Eu vou lá então e você avisa o capitão, tudo bem?

—Tudo Lana, mas você vai ficar bem?

—Vou... vou sim.

Não, eu não ia ficar bem. Eu era a policial mais medrosa da face da Terra. Depois do que aconteceu comigo e com o meu ex, Anthony. Eu simplesmente  não ia conseguir ficar ali nem mais um segundo. Se o Giulio tinha me achado em tão pouco tempo, e entrado na minha casa, talvez o Anthony também...

Que lástima, eu devia ser a pior policial da vida, tudo bem me fingir de corrupta para um cara que comanda uma rede de trafico e seu mais novo Hobby é matar policiais. Mas eu enlouquecia só de saber que alguém invadiu minha casa.  

   Assim que Rebecca saiu do apartamento foi direto para a DP, para avisar o capitão do bilhete. Decidi voltar para casa de Mike, já havia passado algumas horas, e ele não atendia o telefone. Mike tinha razão. Essa força-tarefa era mais do que falida, ainda mais com uma policial como eu, cheia de complexos.

ObsessãoOnde histórias criam vida. Descubra agora