2. Primaveras

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As sonecas da tarde eram uma das melhores coisas que o ser humano havia inventado.

O simples fato de poder deitar-se depois de almoçar, entrando num maravilhoso sono esculpido por anjos era simplesmente incrível.

E claro, também tinha o fato de eu estar completamente entediada naquele navio e não restar nada para fazer além de dormir.

Portanto, quando acordei e vi que haviam se passado apenas duas horas desde a hora que deitei, quis dormir mais um pouco.
Até notar que o navio estava parado.

Por que diabos este navio está parado?

Levantei-me num sobressalto, indo até o convés só para ver uma porção de homens tolos pulando na água do mar, meu irmão incluso.

Eles riam, jogavam água uns nos outros e pareciam se divertir. Shanks estava inclinado na beirada do navio os observando.

Eu me aproximei do local.

- Por que estamos parados?

- Tem uma tempestade a frente. Queríamos esperar até que parasse. - o capitão respondeu, sem tirar os olhos do mar.

- Ah. - foi tudo o que eu disse.

- Por que não se junta a eles? Aposto que iriam adorar te ver de biquíni. - ele sorriu maliciosamente.

- Aposto que você seria o que mais iria adorar - revirei os olhos - mas não posso.

- Não sabe nadar?

- Não. Sou usuária de akuma no mi.

O ruivo arregalou os olhos enquanto bebericava da sua cerveja.

- O quê?!

- O que? Meu irmão não te contou? - perguntei com sinceridade.

- Não. Acho que ele esqueceu de mencionar esse detalhe importante.

- Ah, não é nada. É um poder idiota, e não é como se eu fosse usá-lo para o mal ou algo do tipo.

- Qual akuma no mi você comeu?

- Haru-Haru no mi. É a fruta da primavera - expliquei - eu consigo manipular as flores, fazê-las crescer, esse tipo de coisa. O que é legal, porque eu realmente gosto de flores.

- Você comeu intencionalmente?

- Ah, não, pelo amor. Eu e meu irmão éramos crianças e...

De repente, minha fala foi interrompida por um jato de água que atingiu Shanks, o fazendo se distrair e xingar seus tripulantes.

E, com isso, eu me afastei dali.

Mesmo não querendo.

(...)

Definitivamente eu nunca tinha me sentido tão entediada na minha vida.

Depois de limpar o quarto e banheiro durante umas cinco horas, acredito que não precisariam ser limpos novamente tão cedo. Céus, o que o tédio não fazia com um ser humano.

Já era noite e eu estava com fome. Levantei-me com o intuito de ir até a cozinha jantar, mas, ao chegar lá, todos os homens deste navio bebiam, conversavam e riam como se não houvesse amanhã.

Eu adentrei no recinto e meu nome foi murmurado, ou melhor, berrado uma série de vezes. Sorri timidamente com a visão de todos bêbados felizes em me ver.

Quando arrumei um lugar para sentar ao lado de meu irmão, rapidamente ouvi sua voz no meu ouvindo pedindo desculpa. A princípio não entendi o motivo daquele pedido no momento, até que segundos depois, surge o primeiro:

Les tulipes | Shanks x S/nOnde histórias criam vida. Descubra agora