1. Apresentação (in)formal

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O dia amanhecia lindo, belo e ensolarado na minha ilha natal. Os passarinhos cantavam, o vento soprava levemente as folhas das árvores e tudo indicava que seria um ótimo dia.

Ao me levantar da cama, espreguicei-me, rapidamente escovando os dentes e indo em direção à cozinha para preparar um café. Era segunda-feira, e a floricultura estaria fechada. Ou seja, não teria que trabalhar hoje.

Além de todas essas questões que conspiravam a meu favor, segunda-feira meu irmão não estava em casa. Então seria um dia perfeito, onde eu simplesmente podia fazer o que eu mais gostava: nada.

Mas os deuses devem ter me visto nessa situação e pensado: "não, hoje não, S/n". Já que, logo depois dessa reflexão, a campainha da minha casa soou.

- Quem é? - gritei de dentro da sala.

- É a Pamela, S/n, abre a porta - ela disse numa voz chorosa, quase uma súplica.

Eu suspirei antes de ir até a entrada, abrindo a porta para que minha amiga entrasse em seguida, com lágrimas nos olhos.

- O que foi, Pamela? O que aconteceu? - perguntei enquanto ela sentava no sofá.

Sim, Pamela era extremamente dramática, delicada e sensível. O fato dela estar chorando podia ser tanto a morte de um familiar quanto uma unha quebrada. Era uma roleta russa de emoções.

- S/n... é o Pedro...

- O Pedro? - perguntei intrigada - o que tem o Pedro?

- Nós dormimos juntos na semana passada... e ele nunca mais me ligou... - ela falou se debulhando em lágrimas.

- Meu irmão dormiu com você?! - gritei - eu já falei milhões de vezes pro Pedro não se envolver com minhas amigas... que ódio!

- Sim... e agora ele está no bar com o ruivo... e deve estar falando mal de mim... - ela choramingou.

- Pois eu vou lá agora. Não sai daí - ordenei.

- S/n... será que você poderia... - ela enrolou.

- O que, Pamela? - revirei os olhos discretamente, já com a mão na maçaneta.

- Poderia trazer uma fatia de bolo quando voltar?

Eu assenti, bufando.

Saí com fúria nos olhos indo em direção ao bar mais próximo, onde eu tinha certeza que meu irmão gêmeo estaria bebendo com seus amigos idiotas e contando algum tipo de piada ridícula que ele não teria coragem de contar na minha frente.

- Pedro! - gritei conforme abria a porta num rompante, o sininho de entrada soando.

O rapaz, que estava todo largado na cadeira, bebendo cerveja com uma expressão risonha no rosto, rapidamente se ajeitou no lugar.

- Ah, não. - ele murmurou.

- Quantas vezes, Pedro, quantas vezes já te falei sobre dormir com as minhas amigas?!

- Ih Pedro, quem é essa aí? É sua mulher, é? - um ruivo sentado de camisa branca com cara de pinguço perguntou, o que me fez ficar vermelha de raiva.

- Não! Credo! - nós dois respondemos em uníssono.

- Essa é S/n. É minha irmã gêmea.

- Irmã gêmea?! - o ruivo pareceu abismado - como alguém como você - ele apontou pro meu irmão - pode ter uma irmã como ela?! - ele apontou para mim.

- O que você está querendo dizer, Shanks? - Pedro irritou-se.

Enquanto eu observava a discussão a minha frente, um terceiro homem, um pouco mais velho, corpo musculoso e cigarro na boca estendia a mão para me cumprimentar.

Les tulipes | Shanks x S/nOnde histórias criam vida. Descubra agora