13. Véu e grinalda

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O quarto estava inundado de luz suave que refletia o branco imaculado do meu vestido de noiva. As paredes, ornadas com cortinas de cetim, pareciam resplandecer, e cada detalhe da decoração era um lembrete dos preparativos meticulosos que me trouxeram até aqui. O vestido, uma obra-prima de rendas e seda, pendia elegantemente em seu cabide, aguardando o momento de se unir a mim, sua noiva.

Fiona sorriu enquanto terminava de ajustar um detalhe do meu vestido, e eu não pude deixar de sorrir de volta para ela. No espelho, minha própria imagem me encarava, uma figura que mal reconhecia. 

Da garota que teve os pais assassinados quando criança, que fez de tudo para sobreviver, que foi florista em uma pequena ilha e que, literalmente da noite para o dia, teve sua vida virada de cabeça para baixo ao ser forçada a se tornar pirata.

Mas foi assim, em meio às adversidades, que conheci o amor da minha vida.

Enquanto Fiona e Pedro me ajudavam a me preparar, meus pensamentos vagaram. O dia do casamento era um divisor de águas, um marco que parecia muito distante em nossa jornada. A vida nos trouxe até aqui através de mares revoltos e desertos escaldantes, mas, de alguma forma, encontramos nosso caminho um para o outro.

Pedro, ainda com seus olhos umedecidos, se aproximou e segurou minhas mãos. Seu olhar transbordava de carinho e gratidão. 

- Lembra de quando éramos crianças, que a mamãe inventava umas musiquinhas para nos convencer à fazer as coisas? - ele murmurou, sorrindo, mas com a voz embargada. - você ria tanto, e era uma risada tão sincera, eu nunca via você rir assim. Mas agora, com o capitão, você tem a mesma risada.

Uma risada escapou dos meus lábios.

- Ah, sim, nossa gloriosa infância - eu ri, lembrando de como tudo começou - todos nós mudamos. Mas você nunca deixará de ser meu irmão, o menininho irritante que teve o prazer de dividir o útero comigo. 

O quarto estava cheio de nostalgia, e cada palavra parecia trazer à tona um fragmento do nosso passado. Meu olhar se voltou para o vestido, um símbolo de nossa jornada até este momento.

- Hoje será um dia que nunca esqueceremos - eu disse com um suspiro emocionado - e quero que vocês saibam o quanto são especiais para mim. O casamento é apenas uma parte disso; é um lembrete de quanto nos apoiamos mutuamente em todas as nossas loucuras.

Fiona pegou um lenço e enxugou seus olhos lacrimejantes. 

- Assim você me emociona... - murmurou - e lembre-se, este dia é para celebrar você e Shanks. Não importa o que tenha acontecido no passado, o que importa é o presente e o futuro. E estaremos aqui para comemorar com vocês.

Pedro concordou e me deu um abraço caloroso. 

- Você sempre será minha irmã, não importa o que aconteça. E hoje é apenas o começo de uma nova etapa da nossa jornada.

As palavras deles aqueceram meu coração, e eu percebi que minha jornada como noiva estava apenas começando. Era uma celebração não apenas do meu amor por Shanks, mas também dos laços profundos que compartilhava com minha família pirata. Olhei para o vestido de noiva com um sorriso, pronta para o próximo capítulo desta incrível aventura que era a vida ao lado de Shanks e meus queridos companheiros. E, enquanto meus amigos cuidadosamente ajustavam os últimos detalhes, eu me permiti um momento de silêncio para agradecer ao destino, que, apesar dos desafios e perigos, finalmente nos trouxe a este dia mágico.

(...)

POV Shanks

O quarto estava preenchido com um zumbido animado de conversas e risos, conforme meus companheiros de tripulação se reuniam ao meu redor. Era o dia do meu casamento com S/n, e o nervosismo se misturava com uma profunda gratidão por estar aqui.

Les tulipes | Shanks x S/nOnde histórias criam vida. Descubra agora