Capítulo 13

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"Tem certeza que não quer um yukata emprestado, Ocha? Eu tenho certeza que tenho um no meu guarda-roupa, é só caçar!"

- Eu agradeço muito, Mina-chan, mas não precisa! - Ochako balança as mãos e sorri.

"Bom, você que sabe. Mas se quiser, só me falar que eu mando uma mensagem pro Kiri e ele vai aí na U.A. abrir meu quarto pra você."

- A-ah, sobre isso, Mina-chan. Se... se você não se importa que eu pergunte.

"Você sabe muito bem que eu não me importo." ela dá de ombros "Você quer saber se eu tô ficando com ele."

- Ele tem a chave do seu quarto! Nem eu tenho essa intimidade toda com você.

"Aw, e você tá com ciúmes? Bom, a gente tem um rolinho, sim. Mas não precisa ficar com ciúmes, não é nada exclusivo." ela dá uma piscadinha, e mesmo que Ochako saiba que a amiga rosada só está brincando, ela ainda assim cora, e a chamada de vídeo tem qualidade suficiente para que a Mina veja e dê uma sonora risada.

- E-entendi. Mas... você gosta dele?

"Ah, claro! Eu nunca ficaria de rolinho com alguém que não gosto."

- Não, isso é lógico. Mas você... você tem intenção de... ter mais coisa além de um rolinho.

Ela assiste à amiga arregalar os olhos brevemente e desviá-los, coçando a cabeça. É uma reação esperada de alguém que não parece pensar a fundo com muita frequência e só o faz quando é questionada desse jeito que Ochako acaba de fazer. E mesmo que eles nem sejam tão parecidos em personalidade, tem algo nessa reação que a lembra de outra pessoa.

O Bakugou.

Ele também faz isso de desviar os olhos, mas costuma ser mais por se sentir acuado do que pra parar pra pensar em alguma coisa. Não que Ochako o tenha visto fazer essa cara na última semana, já que ela tem feito o possível para evitá-lo.

Ela não quis assumir pra si mesma a princípio e nem chegou a fazer de propósito, mas em algum momento da última segunda-feira se pegou abaixando a cabeça ao vê-lo entrando na cozinha quando estava fazendo café para a senhora Mitsuki. Foi quase instintivo, como se olhar pra ele despertasse a enxurrada de pensamentos que inundaram sua cabeça depois que ela voltou da praia no domingo. A imagem do Bakugou encarando-a fixamente enquanto chupava o picolé em sua mão, o jeito como ele a olhou quando ela disse que tava parecendo uma criança com aquele biquíni... é tudo muito... aargh, não dá pra parar de pensar nisso! E depois na volta, quando eles tavam no ônibus, ele tentou puxar papo com ela e com a Tsu, por que ele fez aquilo?

Ok que ela tá contente em se aproximar dele agora que houve uma abertura, mas... as coisas tão ficando um pouco... quentes demais e rápido demais! E ok que os pais dele parecem não ver problema com a amizade deles, mas... bom, é isso, não tem problema se for só amizade, mas aquilo na praia não é bem coisa de amigo, e... as coisas que ela vem pensando sobre ele também não.

Não é só por causa do picolé ou do papo no ônibus, é o que Ochako sentiu com tudo isso, o que ela vem sentindo já tem alguns dias. O Bakugou é... ugh, ele é resmungão, meio metido às vezes, mas... é legal conversar com ele, e agora que ela conheceu a família do garoto, deu pra entender muito mais o porquê de ele ser como é. A semelhança com a senhora Mitsuki é bem mais óbvia, mas dá pra ver algo do senhor Masaru também, e o que impera na família Bakugou é a gentileza, mesmo que o filho esconda a dele ao máximo que pode.

Ochako temia que trabalhar na casa dessa família seria tenso, querendo ou não, é muito mais pessoal que um trabalho de meio-período em um pet-shop ou uma lanchonete, mas... tem sido bem tranquilo, e a Kyouka tinha razão quando brincou dizendo que o Bakugou não permitiu que ela se sentisse sozinha durante as férias. É a mais pura verdade, e é tão real que ela já se pegou toda alegrinha de ir pro trabalho algumas vezes, não exatamente por causa do trabalho... e...

Quase um mêsOnde histórias criam vida. Descubra agora