— Já vou. — ele diz sem olhá-la diretamente.
— Ok. Te vejo amanhã. — Ochako sorri de maneira tímida, com a certeza de que deveria dizer mais alguma coisa, mas não sabendo o quê, exatamente.
O clima entre eles não está tão esquisito quanto poderia estar depois de ela acordar nos braços dele de manhã, mas ainda assim, nenhum dos dois tá sabendo como agir.
Na prática, não foi nada demais mesmo, eles estavam conversando e vendo um filme qualquer, ele cochilou e apoiou a cabeça no ombro dela. Ochako planejava deixá-lo dormir por um tempinho caso ele não acordasse por si mesmo depois de um tempo, mas... ela acabou dormindo também, e acordando só de manhã, aninhada contra o peitoral dele e sentindo um cheiro já distante de colônia masculina. Ela deveria ter se assustado, mas apenas se espreguiçou e se soltou lentamente dele, acordando-o de maneira suave.
E ele... ah, ele resmungou alguma coisa e apertou o braço dela com um pouquinho mais de força até abrir os olhos e olhá-la, dando-se conta do que aconteceu e corando logo depois. Tão fofo! Ochako queria abraçá-lo, mas se conteve, deslizando para fora do sofá e tentando agir como se não fosse nada demais, até porque não foi. Eles dormiram juntos da maneira mais inocente possível, só isso.
Mesmo assim, ainda levou um tempo até que ele soltasse o primeiro comentário mais típico dele, perguntando se ela não ia malhar hoje e ficar de preguiça só porque era domingo, Ochako rebateu dizendo que o preguiçoso era ele, por acordar tão tarde quando está tão acostumado a madrugar, e logo eles estavam trocando suas farpas de um jeito que só eles conseguem.
Ele fez o café da manhã, e eles comeram juntos, tudo estava ordinariamente normal, até que ele disse que ia embora. Agora estão os dois parados no portão da frente da U.A., olhando-se como se estivesse faltando alguma coisa.
— Eu... vou falar pra velha que dormi na casa do Kirishima. Já até mandei mensagem pra ele, ele vai me cobrir se ela perguntar alguma coisa.
— Ah, ok. — ela responde sem saber porque ele tá falando isso, mas logo entende: o Bakugou está tentando tranquilizá-la. Ochako disse a ele que se preocupava muito em como os pais dele veriam essa... aproximação, e bom... ele deixando de ir dormir em casa para passar a noite com ela não é exatamente algo que seria bom eles saberem — Obrigada.
Ele acena com a cabeça e dá as costas para se retirar, Ochako também já se move para voltar para dentro, resistindo à vontade de olhar para trás e checar se ele está olhando. Ugh... qual o problema dela? Ela sabe que está tudo bem entre eles, ou tão bem quanto pode ficar enquanto eles não puderem ser mais claros sobre seus sentimentos por ela ser funcionária da mãe dele, Ochako disse isso, e o Bakugou entendeu. Ponto. Não tem mais nada que eles possam fazer por agora.
— Uraraka.
— Hum? — ela se vira tão rápido que quase fica tonta.
— Sua mousse de caqui. Tava bom.
— Ah... ah, você experimentou?
— Comi um pouco quando tava fazendo o café. Tava bom, até.
— "Até". — ela engrossa a voz para imitar o tom dele e dá uma risadinha — Eu não sou assim um desastre tão grande na cozinha, vai.
— Não, tão grande não. — ele abre um sorriso debochado.
— É, né? Eu tenho que me virar sozinha quase todo dia. — ela dá de ombros.
— Você tá tentando fazer drama pra eu vir pra cá fazer janta pra você?
— Você viria? — o tom dela é de descrença, mas no fundo tem um pouquinho de expectativa, e ele também parece saber disso.
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Quase um mês
Fiksi PenggemarCom um salário razoavelmente bom e alguns benefícios inesperados para um bico de férias de verão, Ochako começa a trabalhar como assistente de uma famosa estilista. Só tem um detalhe: essa estilista prefere trabalhar mais reservadamente em um ateliê...