2 - Brandy

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Gina olhava impaciente para a porta da "farmácia de manipulação" do outro lado da rua. Os trouxas dão nomes tão esquisitos as coisas. Não seguiu o conselho da atendente em ir pro café da esquina, Hermione era teimosa demais. Se ela disse que só iria ouvir, ela não demoraria mais que cinco minutos lá dentro. Surpreendentemente o relógio marcava meia hora a mais do que isso e sua amiga ainda não tinha saído de dentro da loja. Eu devia espiar lá dentro. Considerou esta opção por mais uns cinco minutos e rumou decidida a porta de vidro da loja.

Assim que chegou à calçada do estabelecimento, Gina escapou por centímetros de ser atropelada por uma Hermione completamente transtornada que saía porta afora. Seus reflexos de jogadora de quadribol a salvaram no último segundo.

— Hermione! — disse a ruiva, puxando-a pelo braço. -O que houve?

Hermione encarou-a com os olhos espantados e balançou a cabeça em negação.

— Não me faça falar disso agora, eu... eu só preciso ir... — virou-se para a rua movimentada — Táxi! — De volta a encarar a amiga, duas lágrimas escaparam de seus olhos. — Por favor, eu preciso ficar sozinha.

O choque de Gina em vê-la naquele estado a impediu de reagir e quando o carro brecou ao lado das duas, ela observou atônita Hermione entrar nele e partir em disparada, virando em questão de segundos a esquina adiante.

— O que diabos foi isso? — murmurou.

Gina olhou para fachada da farmácia de manipulação incerta se devia invadir o lugar em busca de respostas. Não havia a mínima indicação que havia alguém lá dentro. Decidiu ir embora, fez o caminho contrário ao táxi de Hermione e assim que encontrou uma viela deserta aparatou de lá, reaparecendo diretamente no meio do átrio do Ministério da Magia.

Desceu apressada até o gabinete de Draco Malfoy, duas pessoas o aguardavam na sala de espera, Gina mal as viu e abriu violentamente a porta onde lia-se: Departamento de Cooperação Internacional em Magia. Draco Malfoy conversava com sua assistente, provavelmente se inteirando da agenda do dia e os dois a olharam surpresos com a tempestiva intrusão.

— Que inferno de lugar era aquele? — Despejou sobre o loiro, ignorando completamente a presença da assistente.

Draco fez sinal para que a bruxa mais velha saísse, e levantou-se para lançar um feitiço silenciador na porta. — Sua mãe não lhe ensinou bons modos ou isso é resultado das trocas de votos com o Potter? — perguntou irritado enquanto voltava ao seu lugar e apontava a cadeira à sua frente para que ela sentasse.

— Que qualidade de Chefe de Cooperação Internacional recomenda aquilo? — ela continuou, ignorando o convite e o comentário ácido dele.

— Você foi clara quanto à qualidade do lugar que procurava. O que esperava encontrar sob responsabilidade de trouxas? — a voz dele soou enfadonha.

— Eu fui bem específica quando disse que precisava ajudar uma amiga que não usava magia. Em que momento eu lhe disse que ela era trouxa? — Gina inquiriu.

— Sua coruja trouxe um bilhete que dizia "preciso de um local que não use magia para tratar uma pessoa doente" — Draco cruzou os braços sobre o peito — Não me diga você conhece alguém que possui magia e não quer?

— E se conhecer?

— Eu me esforcei para abandonar a nomenclatura de traidores do próprio sangue, e você me aparece com alguém bruxo que quer ser tratado como um trouxa? Como eu devo chamar isso, um aborto invertido?

— Como você é idiota! — Vociferou Gina. — Eu pedi ajuda para a Hermione Granger, sua doninha desbotada! A mesma Granger que deu um soco bem no meio do seu focinho, caso você tenha esquecido.

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